Um olhar sobre os periódicos científicos do Brasil
Os artigos científicos são uma ferramenta de divulgação dos trabalhos de pesquisa e desenvolvimento de grandes cientistas há mais de cinco séculos. Estes periódicos tinham sua divulgação realizada fisicamente, ou seja, impressos até meados do ano 2000, quando passaram a ser publicados digitalmente, via Internet, através de sites específicos e plataformas próprias, um exemplo é a da Open Journal Systems, que cede aos editores e universidades um programa gratuito para divulgarem seus trabalhos de pesquisa.
Com a mudança de plataforma, os artigos passaram a ser mais acessados e todo o processo mais democrático. A revista impressa limitava o acesso a informação, até pelo seu formato, que não poderia estar em qualquer lugar ao mesmo tempo, ao contrário da revista online que está a todo tempo disponível, gratuitamente em qualquer parte do mundo que tenha um sinal de Internet. E é importante ressaltar que o custo de uma revista impressa é dez vezes superior a revista online, sendo assim, nota-se que com a democratização do acesso, registramos também o aumento de mais artigos sendo publicados, com a inclusão de particularidades regionais, que antes não era possível.
Segundo a CAPES (2020), temos hoje registrados 26 mil periódicos na sua base de dados, com aproximadamente 10% deles sendo periódicos sem nenhum registro, indexação ou fator de impacto, apenas agindo no mercado para ganhos financeiros, deixando de lado seu papel principal que é de divulgar pesquisas científicas de alto nível. Esta base de dados da CAPES, que foi criado com o objetivo de qualificar publicações em seus programas de stricto sensu, acabou sendo utilizada de forma equivocada em classificação das revistas no Brasil, deixando de lado os indicativos mais importantes, que são: fator de impacto da revista e as indexações, qualitativos utilizados em todos os países do mundo, com exceção do Brasil. Espero que a CAPES, encontre um meio termo para resolver tal questão que vem causando um mal estar entre os periódicos, principalmente os internacionais que possuem alto fator de impacto, mas não tem Qualis, o que acaba sendo uma injustiça, provocada por esta “jabuticaba” brasileira.
Prof. Dr. Márcio Magera Conceição Ph.D
Editor-Chefe das revistas RECIMA21
Pró-reitor da Universidade Guarulhos, SP, Brasil