OS IMPACTOS DA VIOLÊNCIA NO DESENVOLVIMENTO INFANTIL

Autores

DOI:

https://doi.org/10.47820/recima21.v4i4.2952

Palavras-chave:

Violência Doméstica. Personalidade. Emoções Faciais. Inteligência. Violência.

Resumo

Estudos que abordam maus-tratos na infância e adolescência se tornaram relevantes durante os últimos anos dada as evidências das repercussões danosas na esfera psicológica de suas vítimas. O presente artigo tem por finalidade investigar os impactos da violência no desenvolvimento da inteligência de crianças e adolescentes expostos à situações de violência. A pesquisa consiste em uma revisão sistemática da literatura de abordagem qualitativa descritiva e exploratória, realizando um percurso investigando na literatura variáveis como aspectos sociodemográficos de crianças e adultos com e sem violência, seguido por traços da personalidade de crianças e adultos com e sem violência, assim como, a percepção das emoções faciais das crianças com e sem violência, e por fim, o desenvolvimento cognitivo de crianças com e sem violência. Para o levantamento de artigos na literatura, foram consultadas as seguintes bases de dados, Scielo, PePsic e Portal Regional da BVS. Os resultados encontrados afirmam que crianças que tem oportunidade de crescerem com educação de qualidade, junto de famílias emocionalmente equilibradas, tendem a ter menor incidência para comportamentos violentos, prejuízos cognitivos e de transtornos de personalidade. Conclui-se que a exposição a violência em crianças e adolescentes apresenta desregulação emocional na infância e estende-se até a idade adulta.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Luiz Roberto Marquezi Ferro

Doutor em Psicologia pela Universidade Metodista de São Paulo. Mestre em Promoção de Saúde pela Universidade de Franca. Pós graduação (especialização) em filosofia e ensino de filosofia pelo Centro Universitário Claretiano de Batatais; em Saúde Mental e Atenção Psicossocial, pela Universidade Estácio; em Neuropsicologia, pelo Instituto de Graduação e Pós Graduação - IPOG e em Psicologia Hospitalar, pela Universidade de Araraquara - UNIARA. Graduação em Psicologia pela Universidade Paulista - UNIP, graduação em Filosofia pelo Centro Universitário Claretiano de Batatais. Professor no Centro de Estudos da Arquidiocese de Ribeirao Preto e da Universidade São Judas Tadeu (SP). Docente na Universidade Paulista - UNIP (Campus Araraquara) e da Universidade Anhembi-Morumbi (SP). Membro fundador da Liga de Fenomenologia e Humanismo na Universidade São Judas Tadeu. 

 

Aislan José de Oliveira

Unibagozzi.

Gabriele Bueno Casanova

Centro Universitário Campus de Andrade.

Referências

ADHIA, Avanti et al. The impact of exposure to parental intimate partner violence on adolescent precocious transitions to adulthood. Journal of adolescence, v. 77, p. 179-187, 2019.

ALGERI, Simone. A violência infantil na perspectiva do enfermeiro: uma questão de saúde e educação. Revista gaúcha de enfermagem. Porto Alegre. Vol. 26, n. 3 (dez. 2005), p. 308-315, 2005.

ALMEIDA, Sandra Francesca Conte de; SANTOS, Maria Cristina Amélia Borges dos; ROSSI, Tânia Maria de Freitas. Representações sociais de professores do ensino fundamental sobre violência intrafamiliar. Psicologia: teoria e pesquisa, v. 22, p. 277-286, 2006.

ANDRÉS, María Laura et al. Neuroticism and depression in children: The role of cognitive emotion regulation strategies. The Journal of genetic psychology, v. 177, n. 2, p. 55-71, 2016.

ARNOSO, Ainara et al. Evaluación de la eficacia a corto y medio plazo del programa de intervención precoz en situaciones de violencia filioparental. Anuario de psicología jurídica, v. 31, n. 1, p. 109-117, 2021

ASSED, Mariana Medeiros et al. Facial emotion recognition in maltreated children: A systematic review. Journal of Child and Family Studies, v. 29, n. 5, p. 1493-1509, 2020

AZEVEDO, Maria Amélia; DE AZEVEDO GUERRA, Viviane Nogueira. Mania de bater: a punição corporal doméstica de crianças e adolescentes no Brasil. Iglu Editora, 2010.

AZEVEDO, Maria Amélia; GUERRA, Viviane Nogueira de Azevedo. Com licença vamos à luta. São Paulo: Editora Iglu, 1998.

BAUMAN, Zygmunt. A cultura no mundo líquido moderno. Editora Schwarcz-Companhia das Letras, 2013.

BORCHARTT, Vitória Gonçalves. Panorama atual da violência doméstica contra crianças e adolescentes na região Norte do Brasil. 2018.

BOWEN, Erica; DIXON, Louise. Concurrent and prospective associations between facial affect recognition accuracy and childhood antisocial behavior. Aggressive behavior, v. 36, n. 5, p. 305-314, 2010.

BRAGA, Gimene Cardozo et al. Reconhecimento emocional da criança de cinco anos em acolhimento institucional. Pesquisa, Sociedade e Desenvolvimento , v. 9, n. 10, pág. e5699108949-e5699108949, 2020.

GUERRA, VNA. Mania de bater: a punição corporal doméstica de crianças e adolescentes no Brasil. São Paulo: Iglu, 2001. COSTA, VLC Gestão educacional e descentralização. Novos padrões, v. 2, 1997.

BRANCALHONE, Patrícia Georgia; FOGO, José Carlos; WILLIAMS, Lúcia Cavalcanti de Albuquerque. Crianças expostas à violência conjugal: avaliação do desempenho acadêmico. Psicologia: Teoria e Pesquisa, v. 20, p. 113-117, 2004

CASTELLANO, Filippo et al. Facial emotion recognition in alcohol and substance use disorders: A meta-analysis. Neuroscience & Biobehavioral Reviews, v. 59, p. 147-154, 2015

COHEN, Lisa Janet et al. Are there differential relationships between different types of childhood maltreatment and different types of adult personality pathology?. Psychiatry research, v. 215, n. 1, p. 192-201, 2014

COSTA, Andréia Lana; TEIXEIRA, Karla Maria Damiano. O comportamento dos alunos na escola e sua relação com a violência doméstica na percepção dos educadores. Oikos: Família e Sociedade em Debate, v. 28, n. 1, p. 22-42, 2017.

SILVA, P. A. et al. Violence against children and adolescents: characteristics of notified cases in a southern Reference Center of Brazil. Enferm Glob, v. 16, n. 2, p. 406-44, 2017.

DAHLBERG, Linda L.; KRUG, Etienne G. Violência: um problema global de saúde pública. Ciência & Saúde Coletiva, v. 11, p. 1163-1178, 2006

DALY, Brian P. et al. Executive functioning among college students with and without history of childhood maltreatment. Journal of Aggression, Maltreatment & Trauma, v. 26, n. 7, p. 717-735, 2017.

DANESE, Andrea et al. The origins of cognitive deficits in victimized children: implications for neuroscientists and clinicians. American journal of psychiatry, v. 174, n. 4, p. 349-361, 2017.

DE ARAUJO, Gabriela et al. Determinantes da violência sexual infantil no estado do Paraná-Brasil. 2018

DE PSIQUIATRÍA, Asociación Americana. Manual diagnóstico y estadístico de los trastornos mentales-DSM 5. Médica Panamericana, 2014.

ELSEN, Ingrid et al. Escola: um espaço de revelação da violência doméstica contra crianças e adolescentes. Psicologia Argumento, v. 29, n. 66, 2011.

ENGLISH, Diana J.; MARSHALL, David B.; STEWART, Angela J. Effects of family violence on child behavior and health during early childhood. Journal of family violence, v. 18, n. 1, p. 43-57, 2003.

ERNST, Monique et al. Decision-making and facial emotion recognition as predictors of substance-use initiation among adolescents. Addictive Behaviors, v. 35, n. 3, p. 286-289, 2010.

GASPARETTO, Letícia Garibaldi; BANDEIRA, Cláudia; GIACOMONI, Claudia Hofheinz. Bem-estar subjetivo e traços de personalidade em crianças: Uma relação possível?. Trends in Psychology, v. 25, n. 2, p. 447-457, 2016.

GIORDANI, Jaqueline Portella; SEFFNER, Fernando; DELL'AGLIO, Débora Dalbosco. Violência escolar: percepções de alunos e professores de uma escola pública. Psicologia Escolar e Educacional, v. 21, p. 103-111, 2017.

GODOY, Lívea Dornela et al. A comprehensive overview on stress neurobiology: basic concepts and clinical implications. Frontiers in behavioral neuroscience, p. 127, 2018.

GÓMEZ, María Constanza Flórez; BOBADILLA, Alba Alicia González. Caracterización de la violencia intrafamiliar, maltrato infantil y abuso sexual en Bogotá DC durante el año 2011. Teoría y praxis investigativa, v. 8, n. 1, p. 74-91, 2015.

GONG, Jingbo et al. Childhood maltreatment impacts the early stage of facial emotion processing in young adults with negative schizotypy. Neuropsychologia, v. 134, p. 107215, 2019.

HARRIS, Paul L.; DE ROSNAY, Marc; PONS, Francisco. Language and children's understanding of mental states. Current directions in psychological science, v. 14, n. 2, p. 69-73, 2005.

HUTH-BOCKS, Alissa C.; LEVENDOSKY, Alytia A.; SEMEL, Michael A. The direct and indirect effects of domestic violence on young children's intellectual functioning. Journal of family violence, v. 16, n. 3, p. 269-290, 2001

IBABE, Izaskun; ARNOSO, Ainara; ELGORRIAGA, Edurne. Child-to-parent violence as an intervening variable in the relationship between inter-parental violence exposure and dating violence. International journal of environmental research and public health, v. 17, n. 5, p. 1514, 2020

JOURILES, Ernest N. et al. Intimate partner violence and preschoolers' explicit memory functioning. Journal of Family Psychology, v. 22, n. 3, p. 420, 2008.

PINTO JUNIOR, Antonio Augusto et al. Traços de personalidade de adolescentes infratores e vitimizados por meio do Eysenck Personality Questionnaire Junior (EPQ-J). Mudanças, v. 27, n. 2, p. 09-14, 2019.

JUSTINO, Yara Alves Costa; NASCIMENTO, Célia Regina Rangel. Relação entre pai e filho adolescente em famílias que vivenciaram a violência conjugal. Revista da SPAGESP, v. 21, n. 1, p. 92-109, 2020.

KITHONGA, Franciscah; MBOGO, Rosemary Wahu. The impact of domestic violence on the learning process of high school students. Advances in Social Sciences Research Journal, v. 5, n. 8, p. 544-554, 2018.

KRUG, Etienne G. et al. The world report on violence and health. The lancet, v. 360, n. 9339, p. 1083-1088, 2002.

LIU, Na et al. Relation between childhood maltreatment and severe intrafamilial male‐perpetrated physical violence in Chinese community: The mediating role of borderline and antisocial personality disorder features. Aggressive behavior, v. 38, n. 1, p. 64-76, 2012.

LUCATELI, Camila et al. A propaganda e os traços de personalidade em crianças. Pensando familias, v. 23, n. 1, p. 225-235, 2019.

MACEDO, Adriana C. et al. Violência e desigualdade social: mortalidade por homicídios e condições de vida em Salvador, Brasil. Revista de Saúde Pública, v. 35, n. 6, p. 515-522, 2001.

MADALENA, Marcela; CARVALHO, Lucas de Francisco; FALCKE, Denise. Violência conjugal: o poder preditivo das experiências na família de origem e das características patológicas da personalidade. Trends in Psychology, v. 26, p. 75-91, 2018.

MALTA, Deborah Carvalho et al. Fatores associados aos episódios de agressão familiar entre adolescentes, resultados da Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar (PeNSE). Ciência & Saúde Coletiva, v. 24, p. 1287-1298, 2019.

MALVASI, Paulo Artur. Entre a frieza, o cálculo e a" vida loka": violência e sofrimento no trajeto de um adolescente em cumprimento de medida socioeducativa. Saúde e sociedade, v. 20, p. 156-170, 2011.

MANETA, E. K. et al. Two to tango: A dyadic analysis of links between borderline personality traits and intimate partner violence. Journal of personality disorders, v. 27, n. 2, p. 233-243, 2013

MEDEIROS, Wandersonia Moreira Brito et al. Reconhecimento de expressões faciais e tomada de decisão em crianças que vivenciam situações de bullying. 2015.

MERCY, James A. et al. Public health policy for preventing violence. Health Affairs, v. 12, n. 4, p. 7-29, 1993

ROBERTO, Tiago Moreno Lopes et al. Caracterização do perfil do indivíduo em caso de violência autoprovocada. 2019.

NAZAR, Thaís Cristina Gutstein; DE BORTOLI, Jussara; ANDRADE, Caroline Stodulny. Avaliação de habilidades sociais, estilos parentais e estresse em adolescentes participantes de um programa de orientação profissional. Revista PsicoFAE: Pluralidades em Saúde Mental, v. 9, n. 1, p. 113-131, 2020.

DALTRO, Manuela Carla de Souza Lima. Estudo comparativo do crescimento e desenvolvimento motor de crianças com faixa etária entre 18 a 42 meses de escolas privadas versus públicas. Fisioterapia Brasil, v. 19, n. 5, p. S11-S19, 2018.

ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE. CID-10: Classificação Estatística Internacional de Doenças com disquete Vol. 1. Edusp, 1996

RIBEIRO, Maria da Conceição Osório; SANI, Ana Isabel. Risco, protecção e resiliência em situações de violência. 2009.

RIBEIRO, Wilma Raquel Barbosa; GONDIM, Sônia Maria Guedes; PEREIRA, Cícero Roberto. Personalidad y bienestar subjetivo de trabajadores: moderación de la regulación emocional. Arquivos Brasileiros de Psicologia, v. 70, n. 1, p. 239-259, 2018.

RISTUM, Marilena. As marcas da violência doméstica e a identificação por professores do ensino fundamental. Revista Brasileira de Psicologia, v. 1, n. 01, p. 13-26, 2014.

ROSAS, Fbiane Klazura; CIONEK, M. I. G. D. O impacto da violência doméstica contra crianças e adolescentes na vida e na aprendizagem. Conhecimento Interativo, v. 2, n. 1, p. 10-15, 2006.

SÁ, Jeferson de Souza et al. RETRATO DA VIOLÊNCIA INFANTIL EM UM MUNICÍPIO NO NOROESTE DO PARANÁ. 2017.

SALDANHA, Sónia Marisa Martins; MAIA, Luis Alberto Coelho Rebelo. EMOÇÃO E COGNIÇÃO EM CRIANÇAS VITIMAS DE MAUS-TRATOS–UM ESTUDO NEUROPSICOLÓGICO. Revista de Criminologia e Ciências Penitenciárias, v. 4, n. 3, 2014.

SANTOS, Benedito Rodrigues dos et al. Escuta de crianças e adolescentes em situação de violência sexual: aspectos teóricos e metodológicos. 2014.

SCHRAIBER, Lilia Blima; D'OLIVEIRA, Ana Flávia PL; COUTO, Márcia Thereza. Violência e saúde: estudos científicos recentes. Revista de Saúde pública, v. 40, n. spe, p. 112-120, 2006.

SILVA, Aline Natália et al. Tendência de bullying verbal, violência doméstica e envolvimento em brigas com armas entre adolescentes das capitais brasileiras de 2009 a 2015. Cadernos de Saúde Pública, v. 35, p. e00195118, 2019.

SILVA, Maria Luiza Iusten da; VIEIRA, Mauro Luís. Las relaciones entre la parentalidad y la personalidad de los padres: una revisión integrativa de la literatura. Estudos e Pesquisas em Psicologia, v. 18, n. 1, p. 361-383, 2018.

PAUNGARTNER, Luciana Medeiros et al. Análise epidemiológica das notificações de violência contra crianças e adolescentes no Brasil de 2009 a 2017. Revista Eletrônica Acervo Saúde, v. 12, n. 9, p. e4241-e4241, 2020.

STENZEL, Gabriela Quadros de Lima. Características de personalidade de agressores conjugais: um estudo qualitativo. Pensando familias, v. 23, n. 1, p. 137-152, 2019.

VASCONCELOS, Maristela Inês Osawa et al. Violência contra adolescentes e as estratégias de enfrentamento. Enfermagem em Foco, v. 11, n. 5, 2020.

VYGOTSKY, Lev Semenovich; COLE, Michael. Mind in society: Development of higher psychological processes. Harvard university press, 1978.

WAIKAMP, Vitória; BARCELLOS SERRALTA, Fernanda. Repercusiones del trauma en la infancia en la psicopatología de la vida adulta. Ciencias Psicológicas, v. 12, n. 1, p. 137-144, 2018.

Downloads

Publicado

01/04/2023

Como Citar

Marquezi Ferro, L. R., de Oliveira, A. J., & Bueno Casanova, G. (2023). OS IMPACTOS DA VIOLÊNCIA NO DESENVOLVIMENTO INFANTIL. RECIMA21 - Revista Científica Multidisciplinar - ISSN 2675-6218, 4(4), e442952. https://doi.org/10.47820/recima21.v4i4.2952