CUIDADOS DE ENFERMAGEM A SOBREVIVENTES DE SEPSE APÓS A ALTA DA UTI

Autores

DOI:

https://doi.org/10.47820/recima21.v4i9.4063

Palavras-chave:

Sepse. Unidade de Terapia Intensiva. Cuidados de Enfermagem. Alta Hospitalar.

Resumo

A sepse é definida como uma disfunção orgânica causada por uma resposta desregulada do organismo a uma infecção, e configura-se como um problema de saúde global. Pacientes sépticos com frequência requerem internação em Unidade de Terapia Intensiva (UTI) para obter suporte adequado para as funções orgânicas afetadas. Após a alta, os efeitos da sepse somados à estadia na UTI deixam o paciente suscetível a complicações. A atuação da enfermagem a sobreviventes de sepse após a alta da UTI ainda é pouco descrita na literatura, diante deste contexto foi proposta uma revisão sistemática com o objetivo de sintetizar as evidências sobre os cuidados de enfermagem fornecidos a pacientes que tiveram alta da UTI após um episódio de sepse. As buscas ocorreram nas seguintes bases de dados: Cochrane Library, Cinahl, Embase, Lilacs, PubMed e Scopus. Todas as etapas foram realizadas por dois revisores de forma independente. Foram identificados 1.012 artigos, dos quais 6 atenderam aos critérios de elegibilidade e foram selecionados. Os resultados desta revisão mostraram que os sobreviventes de sepse apresentam diversos níveis de comprometimento após a alta da UTI, incluindo diminuição da funcionalidade física, cognitiva e psíquica. Os cuidados de enfermagem fornecidos aos sobreviventes de sepse após a alta foram pouco descritos e estiveram relacionados principalmente à assistência em atividades diárias. Nota-se a importância de mais estudos para compreender a morbidade pós-sepse e pós-UTI, bem como para definir programas de cuidado que sejam eficazes na redução de readmissões e mortalidade.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografias Autor

Lívia Akaboci Floriano

Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto.

Angelita Maria Stabile

Universidade de São Paulo - USP.

Referências

ANDRADE, L. T. et al. Papel da enfermagem na reabilitação física. Rev Bras Enferm, Brasília, v. 63, n. 6, p. 1056-1060, Nov-Dez. 2010.

BARKER, T.H. et al. The revised JBI critical appraisal tool for the assessment of risk of bias for randomized controlled trials. JBI Evidence Synthesis, v. 21, n. 3, p. 494-506. 2023.

BRANCO, M. J. C. et al. O papel do enfermeiro perante o paciente crítico com sepse. Rev Bras Enfer, v. 73, n. 4, p. 1-8. 2020.

DOWNER, B. et al. Improvement in Activities of Daily Living during a nursing home stay and one-year mortality among older adults with sepsis. J Am Geriatr Soc, v. 69, p. 938-945. 2021.

DOWNES, M.J. et al. Development of a critical appraisal tool to assess the quality of cross-sectional studies (AXIS). BMJ Open, v. 6, p. 1-7. 2016.

EHLENBACH, W. J. et al. Sepsis survivors admitted to skilled nursing facilities: cognitive impairment, Activities of Daily Living dependence, and survival. Critical Care Medicine, v. 46, n. 1, p. 37-44. 2018.

EVANS, L. et al. Surviving Sepsis Campaign: International Guidelines for Management of Sepsis and Septic Shock 2021. Critical Care Medicine, v. 49, n. 11, p. 1063-1143, Nov. 2021.

FLEISCHMANN-STRUZEK, C. et al. Epidemiology and costs of postsepsis morbidity, nursing care dependency, and mortality in Germany, 2013 to 2017. JAMA Network Open, v. 4, n. 11, p. 1-14. 2021.

FONT, M. D.; THYAGARAJAN, B.; KHANNA, A. K. Sepsis and Septic Shock – Basics of diagnosis, pathophysiology and clinical decision making. Med Clin N Am, v. 104, n. 4, p. 573-585. 2020.

FUKE R. et al. Early rehabilitation to prevent postintensive care syndrome in patients with critical illness: a systematic review and meta-analysis. BMJ Open, v. 8, p. 1-10. 2018.

GALVÃO C. M.; SAWADA N. O.; TREVIZAN M. A. Revisão sistemática: recurso que proporciona a incorporação das evidências na prática da enfermagem. Rev Latino-Am Enfermagem, v. 12, n. 3, p. 549-56. 2004.

INSTITUTO LATINO-AMERICANO DE SEPSE. Implementação de protocolo gerenciado de sepse/protocolo clínico: atendimento ao paciente adulto com sepse/choque séptico. São Paulo: ILAS, 2018.

JARCZAK, D.; KLUGE, S.; NIERHAUS, A. Sepsis – Pathophysiology and Therapeutic Concepts. Frontiers in Medicine, v. 8, p. 1-22. 2021.

LASATER, K. B. et al. Evaluation of Hospital Nurse-to-Patient Staffing Ratios and Sepsis Bundles on Patient Outcomes. Am J Infect Control, n. 49, v. 7, p. 868-873. 2021.

MACHADO, F. R. et al. The epidemiology of sepsis in Brazilian intensive care units (the Sepsis PREvalence Assessment Database, SPREAD): an observational study. Lancet Infect Dis, v. 17, n. 11, p. 1180-1189. 2017.

MOSTEL, Z. et al. Post-sepsis syndrome – an evolving entity that afflicts survivors of sepsis. Molecular Medicine, v. 26, n. 6, p. 1-14. 2020.

NURSING DEFINITIONS. ICN, 2002. Disponível em: https://www.icn.ch/nursing-policy/nursing-definitions

POOL, R.; GOMEZ, H.; KELLUM, J. A. Mechanisms of Organ Dysfunction in Sepsis. Crit Care Clin, v. 34, n. 1, p. 63-80. 2018.

PRESCOTT, H. C. et al. Increased 1-year healthcare use in survivors of severe sepsis. American Journal of Respiratory and Critical Care Medicine, v. 90, n. 1, p. 62-69. 2014.

RAMALHO-NETO, J. M. et al. Concepções de Enfermeiros que Atuam em Unidade de Terapia Intensiva Geral sobre Sepse. Cogitare Enfermagem, v. 20, n.4, p. 712. 2015.

RUDD, K. E. et al. Global, regional, and national sepsis incidence and mortality, 1990-2017: analysis for the Global Burden of Disease Study. Lancet, v. 395, p. 200-211. 2020.

SANTOS, C. M. C.; PIMENTA, C. A. M.; NOBRE, M. R. C. The PICO strategy for the research question construction and evidence search. Revista Latino-Americana de Enfermagem [online], v. 15, n. 3, p. 508-511. 2007.

SCHMIDT, K. F. R. et al. Effect of a primary care management intervention on mental-health-related quality of life among survivors of sepsis: a randomized clinical trial. JAMA, v. 315, n. 24, p. 2703–2711. 2016.

SCHMIDT, K. F. R. et al. Healthcare utilization and costs in sepsis survivors in Germany – Secondary analysis of a prospective cohort study. J. Clin. Med, v. 11, p. 1-17. 2022.

SCHMIDT, K. F. R. et al. Long-term courses of sepsis survivors: effects of a primary care management intervention. The American Journal of Medicine, v. 133, p. 381−385. 2020.

SINGER, M. et al. The Third International Consensus Definitions for Sepsis and Septic Shock (Sepsis-3). JAMA, v. 315, n. 8, p. 801–810. 2016.

SUN, A. et al. Association between index hospitalization and hospital readmission in sepsis survivors. Critical Care Medicine, v. 44, n. 3, p. 478-487. 2016.

URSI, E. S. Prevenção de lesões de pele no perioperatório: revisão integrativa da literatura. 2005. Dissertação (Mestrado) – Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo, Ribeirão Preto.

Van der SLIKKE, E. C. et al. Exploring the pathophysiology of post-sepsis syndrome to identify therapeutic opportunities. EBioMedicine, v. 61, p. 1-9. 2020.

YUAN, C.; TIMMINS, F.; THOMPSON, D. R. Post-intensive care syndrome: A concept analysis. International Journal of Nursing Studies, v. 114, p. 1-9. 2021.

Publicado

20/09/2023

Como Citar

Floriano, L. A., & Stabile, A. M. (2023). CUIDADOS DE ENFERMAGEM A SOBREVIVENTES DE SEPSE APÓS A ALTA DA UTI. RECIMA21 - Revista Científica Multidisciplinar - ISSN 2675-6218, 4(9), e494063. https://doi.org/10.47820/recima21.v4i9.4063