OPERAÇÕES INTERAGÊNCIAS: DEFINIÇÃO DOUTRINÁRIA PARA O PLANEJAMENTO E A COORDENAÇÃO NO CONTEXTO DA SEGURANÇA PÚBLICA DO BRASIL

Resumo

No contexto da Segurança Pública, desenvolver planejamentos e coordenar operações com a participação de várias equipes de uma mesma Instituição faz parte da rotina, porém, realizar tais ações com duas ou mais agências de instituições distintas tornou-se um desafio na atualidade. Dois fatores influenciadores se destacam: o ambiente e os atores envolvidos. Quanto mais volátil, incerto, complexo e ambíguo for o ambiente, mais dinâmico deve ser o planejamento. Quanto aos atores, sejam das próprias forças, das forças amigas ou das forças adversas, serão responsáveis pelas linhas de ação a serem adotadas e pelos pontos decisórios a serem alcançados para o sucesso da missão. O presente estudo utiliza como exemplo a atuação policial na região de fronteira, onde o conflito de competências pode aflorar a qualquer momento, inclusive durante ocorrências consideradas simples, pois nestas regiões há atuação concomitante de órgãos federais, estaduais e municipais de segurança pública, instituições de defesa, controle aduaneiro, vigilância sanitária, transporte, entre outros. Todas essas características sofrem um complicador diante das dinâmicas da criminalidade transnacional, que não respeita fronteiras e ainda explora as vulnerabilidades sociais, com evidência à corrupção de agentes públicos. O maior desafio dos representantes das instituições é deixar de lado vaidades e focar nos objetivos comuns, explorar características como a liderança exponencial e aperfeiçoar seus planejamentos operacionais em todos os níveis (estratégico, tático e operacional) para o trabalho integrado.