A PRÁXIS NA PSICOLOGIA CLÍNICA HISTÓRICO-CULTURAL COM CASAIS: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA
DOI:
https://doi.org/10.47820/recima21.v6i1.6133Palavras-chave:
Clínica Histórico-Cultural, Psicoterapia Histórico-Cultural, Terapia de casalResumo
A Psicologia clínica Histórico-Cultural é a perspectiva psicoterapêutica fundamentada e resgatada do trabalho do psicólogo soviético L. S. Vigotski. Essa abordagem está em pleno crescimento e difusão no Brasil, com a construção e fortalecimento de diversos grupos de trabalho e pesquisa. Entretanto, ao mesmo tempo em que cresce o interesse por essa perspectiva, contraditoriamente, percebe-se a pequena quantidade de produções teóricas e/ou práticas às quais jovens psicoterapeutas podem recorrer em sua formação. Nesse fluxo, a situação se agrava quando se analisa a realidade da psicologia clínica histórico-cultural com casais, que não conta basicamente com quase nenhum escrito que circunscreva esse campo de atuação. Aponta-se a existência de parcos estudos que, a partir da perspectiva histórico-cultural, discutem temas como relacionamentos amorosos, violência psicológica em casais, mas nenhum deles com foco na psicologia clínica histórico-cultural. Nesse cenário, este estudo de relato de experiência objetivou discutir os fundamentos teórico-práticos da psicologia clínica histórico-cultural com casais. Sendo um estudo de relato de experiência, foram selecionadas impressões de atuação e intervenção com casais em nosso trabalho como psicólogos clínicos histórico-culturais. Concluiu-se que a psicologia clínica histórico-cultural com casais se afasta das perspectivas tradicionais de intervenção com casais ao criticar o abstracionismo manifesto na compreensão de família dessas teorias e por propor a investigação histórica dos problemas vividos por um casal ou parceria. Ademais, a psicologia clínica histórico-cultural com casais se caracteriza como uma terapêutica da intencionalidade, da transformação e do desenvolvimento, a qual articula os problemas psicológicos vividos por casais ou parcerias de forma psicossocial.
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