ANÁLISE DO TIPO DE DANO CAUSADO POR Croton urucurana EM Candida albicans
DOI:
https://doi.org/10.47820/recima21.v4i1.4190Palavras-chave:
Candida albicans. Candidíase. Croton urucurana. Fitoterapia.Resumo
Candida albicans é um fungo diploide, polimórfico, presente na microbiota normal humana, ora comensal ora oportunista, se em desequilíbrio com o ambiente do hospedeiro. Croton urucurana, ou “Sangra d´água”, tem aplicações medicinais largamente aplicadas pela medicina popular, mas que ainda requerem estudos quanto a sua eficácia e segurança. Diante disso, o objetivo deste trabalho foi analisar a ação gerada pelo extrato de C. urucurana em C. albicans e sua potencial atividade citotóxica em células humanas. Para isso, foi obtido o extrato hidroalcoólico de C. urucurana, com rendimento de 5,24%. A partir do método colorimétrico com o emprego de resazurina em placa de microtitulação, que age nas mitocôndrias, obteve-se uma concentração inibitória mínima (CIM) do extrato de 375 mg/mL, a mesma encontrada na presença do ergosterol, um componente da membrana plasmática fúngica. Além disso, foi testado o crescimento do fungo na coexistência com sorbitol, um protetor osmótico, o que elevou a CIM para 1.500 mg/mL. A fim de avaliar a citotoxicidade do extrato em células humanas normais, utilizou-se células de fibroblastos pulmonares, cuja CIM foi de 375mg/mL. Enquanto resultados, constatou-se que o extrato hidroalcoólico de C. urucurana é danoso à atividade mitocondrial e à parede celular de C. albicans, contudo, sem deleção sobre a membrana celular. Mais ainda, apresenta-se citotóxico às células humanas nas mesmas concentrações que para as células fúngicas. Assim, o extrato de C. urucurana apresenta atividade antifúngica com baixa seletividade, sem segurança suficiente à utilização enquanto antifúngico.
Downloads
Referências
Alonso-Valle, H., Acha, O., García-Palomo, J. D., Fariñas-Álvarez, C., Fernández-Mazarrasa, C., & Fariñas, M. C. (2003). Candidemia in a Tertiary Care Hospital: Epidemiology and Factors Influencing Mortality. European Journal of Clinical Microbiology and Infectious Diseases, 22(4), 254–257. https://doi.org/10.1007/s10096-003-0890-x
Lima, T. D., de Fatima Lisboa Fernandes, O., Hasimoto e Souza, L. K., Passos, X. S., & Rodrigues Silva, M. do R. (2008). Candida albicans DE MUCOSA VAGINAL: MORFOTIPAGEM E PRODUÇÃO DE PROTEINASE. Revista de Patologia Tropical, 33(1). https://doi.org/10.5216/rpt.v33i1.3190
Giolo, M. P., & Svidzinski, T. I. E. (2010). Fisiopatogenia, epidemiologia e diagnóstico laboratorial da candidemia. Jornal Brasileiro de Patologia e Medicina Laboratorial, 46(3), 225–234. https://doi.org/10.1590/S1676-24442010000300009
Pappas, P. G., Kauffman, C. A., Andes, D. R., Clancy, C. J., Marr, K. A., Ostrosky-Zeichner, L., Reboli, A. C., Schuster, M. G., Vazquez, J. A., Walsh, T. J., Zaoutis, T. E., & Sobel, J. D. (2016). Clinical Practice Guideline for the Management of Candidiasis: 2016 Update by the Infectious Diseases Society of America. Clinical Infectious Diseases, 62(4), e1–e50. https://doi.org/10.1093/cid/civ933
Revankar, S.G. (2017). Candidíase (invasiva). Manual MSD Versão para Profissionais de Saúde. [Manual].
Secretaria de vigilância em saúde. (2020). Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas (PCDT) - Atenção Integral às Pessoas com Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST). [Manual]. Brasília: Ministério da Saúde.
Butler, M. S. (2004). The Role of Natural Product Chemistry in Drug Discovery. Journal of Natural Products, 67(12), 2141–2153. https://doi.org/10.1021/np040106y
Farnsworth NR, Akerele O, Bingel AS, Soejarto DD, Guo Z. Medicinal plants in therapy. Bull World Health Organ. 1985;63(6):965-81. PMID: 3879679; PMCID: PMC2536466.
Sardi, SP; Clarke, J.; Viel, C.; Chan, M.; Tamsett, TJ; Treleaven, CM; Bu, J.; Doce, L.; Passini, MA; Dodge, JC; e outros Aumentando a atividade da glicocerebrosidase do SNC como uma estratégia terapêutica para parkinsonismo e outras sinucleinopatias relacionadas a Gaucher. Proc. Nacional Acad. ciência EUA 2013 , 110 , 3537–3542.
Cândido-Bacani, P. de M., Figueiredo, P. de O., Matos, M. de F. C., Garcez, F. R., & Garcez, W. S. (2015). Cytotoxic Orbitide from the Latex of Croton urucurana. Journal of Natural Products, 78(11), 2754–2760. https://doi.org/10.1021/acs.jnatprod.5b00724
Simionatto, E., Bonani, V. F. L., Morel, A. F., Poppi, N. R., Raposo Júnior, J. L., Stuker, C. Z., Peruzzo, G. M., Peres, M. T. L. P., & Hess, S. C. (2007). Chemical composition and evaluation of antibacterial and antioxidant activities of the essential oil of Croton urucurana Baillon (Euphorbiaceae) stem bark. Journal of the Brazilian Chemical Society, 18(5), 879–885. https://doi.org/10.1590/S0103-50532007000500002
Cordeiro, K. W., Felipe, J. L., Malange, K. F., do Prado, P. R., de Oliveira Figueiredo, P., Garcez, F. R., de Cássia Freitas, K., Garcez, W. S., & Toffoli-Kadri, M. C. (2016). Anti-inflammatory and antinociceptive activities of Croton urucurana Baillon bark. Journal of Ethnopharmacology, 183, 128–135. https://doi.org/10.1016/j.jep.2016.02.051
Moraes, T., de Araújo, M., Bernardes, N., de Oliveira, D., Lasunskaia, E., Muzitano, M., & da Cunha, M. (2011). Antimycobacterial Activity and Alkaloid Prospection of Psychotria Species (Rubiaceae) from the Brazilian Atlantic Rainforest. Planta Medica, 77(09), 964– 970. https://doi.org/10.1055/s-0030-1250656
Pacheco, D. D. R., Emanuelle Dâmaso Soares, D., Silva Neto, C. D. M., da Silva, G. A., & do Prado, R. S. (2015). AVALIAÇÃO DA ATIVIDADE ANTIFÚNGICA DE Curcuma longa SOBRE Candida parapsilosis. Revista de Patologia Tropical, 44(3). https://doi.org/10.5216/rpt.v44i3.38022
Vasconcelos, L. C. de, Sampaio, F. C., Albuquerque, A. de J. dos R., & Vasconcelos, L. C. de S. (2014). Cell Viability of Candida albicans Against the Antifungal Activity of Thymol. Brazilian Dental Journal, 25(4), 277–281. https://doi.org/10.1590/0103-6440201300052
RISS, T.L. (2014). Cell Viability assays. Assay Guidance Manual. [Manual].
Turecka, K., Chylewska, A., Kawiak, A., & Waleron, K. F. (2018). Antifungal Activity and Mechanism of Action of the Co(III) Coordination Complexes With Diamine Chelate Ligands Against Reference and Clinical Strains of Candida spp. Frontiers in Microbiology, 9. https://doi.org/10.3389/fmicb.2018.01594
Hilal-Dandan, R., Brunton, L. (Ed. 2). (2015). Manual de Farmacologia e Terapêutica de Goodman & Gilman. Porto Alegre: McGraw Hill Education – Artmed.
Gatti, T. H. H., Eloy, J. O., Ferreira, L. M. B., Silva, I. C. da, Pavan, F. R., Gremião, M. P. D., & Chorilli, M. (2018). Insulin-loaded polymeric mucoadhesive nanoparticles: development, characterization and cytotoxicity evaluation. Brazilian Journal of Pharmaceutical Sciences, 54(1). https://doi.org/10.1590/s2175-97902018000117314
SILVA, L.C., et al. Antifungal activity of Copaíba resin oil in solution and nanoemulsion against Paracoccidioides spp. Brazilia Journal of Microbiology, v.51, n.1, p. 125-134, 2020.
OLIVEIRA, V. B., ZUCHETTO, M., OLIVEIRA, C. F., PAULA, C. S., DUARTE, A. F. S., MIGUEL, M. D., & MIGUEL, O. G. (2016). Efeito de diferentes técnicas extrativas no rendimento, atividade antioxidante, doseamentos totais e no perfil por clae-dad de dicksonia sellowiana (presl.). Hook, dicksoniaceae. Revista Brasileira de Plantas Medicinais, 18(1 suppl 1), 230–239. https://doi.org/10.1590/1983-084X/15_106
TIWARI, P. et al. Phytochemical Screening and Extraction: A Review. Internationale Pharmaceutica Sciencia, v.1, n.1, p.98-106, 2011.
Monteiro, L. P. (2015). Determinação da Atividade Citotóxica do Extrato Vegetal de Croton Urucurana Baill em Linhagens De Células Tumorais (Programa de Pós- Graduação em Bioquímica Aplicada). Universidade Federal de Viçosa, Viçosa, Minas Gerais, Brasil. Recuperado de https://www.redalyc.org/journal/4675/467553545005/html/
Zuchinalli, A. (2009). Estudo de propriedades químicas e biológicas da espécie vegetal Croton urucurana (Programa de Pós-Graduação em Química). Faculdade de Química, Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, Santa Catarina, Brasil. Recuperado de https://repositorio.ufsc.br/xmlui/bitstream/handle/123456789/92591/262753.pdf?sequence= 1&isAllowed=y
Peres, M. T. L. P., Monache, F. D., Cruz, A. B., Pizzolatti, M. G., & Yunes, R. A. (1997). Chemical composition and antimicrobial activity of Croton urucurana Baillon (Euphorbiaceae). Journal of Ethnopharmacology, 56(3), 223–226. https://doi.org/10.1016/S0378- 8741(97)00039-1
Wolff Cordeiro, K., Aparecida Pinto, L., Nazari Formagio, A. S., Faloni de Andrade, S., Leite Kassuya, C. A., & de Cássia Freitas, K. (2012). Antiulcerogenic effect of Croton urucurana Baillon bark. Journal of Ethnopharmacology, 143(1), 331–337. https://doi.org/10.1016/j.jep.2012.06.044
Barbieri, D. S. V., Tonial, F., Lopez, P. V. A., Sales Maia, B. H. L. N., Santos, G. D., Ribas, M. O., Glienke, C., & Vicente, V. A. (2014). Antiadherent activity of Schinus terebinthifolius and Croton urucurana extracts on in vitro biofilm formation of Candida albicans and Streptococcus mutans. Archives of Oral Biology, 59(9), 887–896. https://doi.org/10.1016/j.archoralbio.2014.05.006
CASÃO, T.D.R.L., et al. Croton urucurana Baillon stem bark ointment accelerates the closure of cutaneous wounds in knockout IL-10 mice. Journal of Ethnopharmacology, v. 261, 2020.
PROTOPOPOVA, M.; HANRAHAN, C.; NIKONENKO, B.; SAMALA, R.; CHEN, P.; GEARHART, J.; EINCK, L.; NACY, C.A. Identification of a new antitubercular drug candidate, SQ 109, from a combinatorial library of 1,2-ethylenediamines. J Antimicrob Chemother., v. 56, p. 968-974, 2005.
de Castro, I. M. N., Júnior, A. A. de V., Cunha, F. A., Cunha, M. da C. dos S. O., & Menezes, E. A. (2016). Comparação da atividade de antifúngicos imidazólicos e triazólicos frente a Candida albicans. RBAC, 216–222.
Antoniazzi, C. A., Botini, N., Ascari, K., Chaves, C. F., & Añez, R. B. (2016). ESTUDO ETNOBOTÂNICO DE Croton urucurana Baill (EUPHORBIACEAE) NA COMUNIDADE SALOBRA GRANDE, PORTO ESTRELA-MT. Biodiversidade, : 40-52.
Mesquita, D.D., Ciappina, A.L., Almeida, L. M. (2016). Avaliação do potencial tóxico do látex de Croton urucuruana. III Congresso de Ensino, Pesquisa e Extensão da UEG, Pirenópolis, Goiás, Brasil. Recuperado de file:///C:/Users/julie/Downloads/8671-Texto%20do%20artigo-25658-1- 10-20170405.pdf
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Categorias
Licença
Copyright (c) 2023 RECIMA21 - Revista Científica Multidisciplinar - ISSN 2675-6218
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Os direitos autorais dos artigos/resenhas/TCCs publicados pertecem à revista RECIMA21, e seguem o padrão Creative Commons (CC BY 4.0), permitindo a cópia ou reprodução, desde que cite a fonte e respeite os direitos dos autores e contenham menção aos mesmos nos créditos. Toda e qualquer obra publicada na revista, seu conteúdo é de responsabilidade dos autores, cabendo a RECIMA21 apenas ser o veículo de divulgação, seguindo os padrões nacionais e internacionais de publicação.