ECONOMIA INFORMAL E SUA CONTRIBUIÇÃO PARA A MELHORIA DA QUALIDADE DE VIDA DOS QUITANDEIROS DOS MERCADOS ALTO DAS ROLAS E CABASSANGO EM CABINDA

Autores

  • André Nduli Luemba
  • Flaviano Luemba Capita

DOI:

https://doi.org/10.47820/recima21.v6i12.7073

Palavras-chave:

Economia informal, Qualidade de vida, Quitandeiros, Cabinda, Mercado de trabalho.

Resumo

Este artigo investiga a contribuição da economia informal para a melhoria da qualidade de vida dos quitandeiros dos mercados Alto das Rolas e Cabassango, em Cabinda, Angola. O estudo parte da crescente relevância do setor informal como mecanismo de sobrevivência diante da limitada capacidade de absorção laboral por parte do setor formal. Adotou-se uma abordagem metodológica mista, combinando técnicas quantitativa e qualitativa. Foram aplicados inquéritos semi-estruturados à uma amostra de 100 quitandeiros, complementados por observação direta e análise estatística de variáveis socioeconómicas. Os resultados indicam que todos os participantes ingressaram na economia informal por necessidade, pois, 91% depende exclusivamente desta atividade para garantir o sustento familiar. Embora o setor informal desempenhe um papel crucial na geração de rendimentos mínimos, o seu impacto na melhoria da qualidade de vida revelou-se limitado. Verificaram-se rendimentos baixos e instáveis, condições habitacionais frágeis, insegurança alimentar, forte dependência de serviços públicos de saúde e ausência de descanso semanal. Identificaram-se ainda condições laborais precárias, incluindo exposição a riscos ambientais, armazenamento inadequado de produtos e reduzida proteção civil. A análise estatística confirmou uma correlação positiva entre rendimento e qualidade de vida, embora ambos permaneçam em níveis modestos. Conclui-se que a economia informal reduz a vulnerabilidade imediata, mas não assegura progresso socioeconómico sustentável. Recomenda-se o reforço das infraestruturas dos mercados, a melhoria das condições de trabalho e a implementação de políticas públicas de proteção social.

Downloads

Os dados de download ainda não estão disponíveis.

Biografia do Autor

  • André Nduli Luemba

    Mestre em Administração e Desenvolvimento Local

    Docente da Faculdade de Economia da Universidade 11 de Novembro

  • Flaviano Luemba Capita

    Professor Associado da Faculdade de Economia da Universidade 11 de Novembro

Referências

GRAÇA, Job, Economia do Desenvolvimento: Sebenta de lições da UCAN. [S. l.]: INIC, 2012.

JOAQUIM, Filipe Araújo et al. Metodologia Para Investigação Social. Lisboa: Editora-Escolar, 2012

KAPITIYA, Francisco. ABC de Metodologia Científica. 5. ed, Angola: Secretariado de Pastoral da Diocese de Benguela, 2010.

PDI. Administração municipal: o perfil de Cabinda 2. ed, [S. l.]: PDI, 2011.

SAMUELSON, P. et al. Economia. 18. Ed. New York: MC Graw-Hill, 2005.

TAMO, kianvu. Gerir os Recursos Humanos: Entre Constrangimentos e alternativas. Angola: Capetê-Publicações, 2008.

TAMO, kianvu. Metodologia de Investigação em Ciências Sociais. Angola: Capetê- Publicações, 2012.

Documentos electrónicos

ADAM, M.; GINSBURCH, V. The effects of irregular markets on macroeconomic policy: some estimates for Belgium. European Economic Revenue, v. 29, p. 1, p. 15-33, 1985, 1988. Disponível em: www.diehippiedie.com DOI: https://doi.org/10.1016/0014-2921(85)90036-4

AMARAL, I. A propósito das cidades do Terceiro Mundo. Disponível em: www.memoria-africa.ua.pt.

ANDRADE, X. Para uma nova reflexão sobre o sector informal citadino. Estudos Moçambicanos, p. 77-92, 1992. Disponível em: http//: www.ceg.ul.pt.

ANGOLA. Decreto Presidencial n.º 148/25, de 5 de junho de 2025. Aprovação do Programa de Reconversão da Economia Informal (PREI) em Angola. Disponível em: https://lex.ao/docs/presidente-da-republica.

ANGOLA. Decreto Presidencial n.º 225/23, de 30 de novembro. Plano de Desenvolvimento Nacional 2023-2027. Disponível em www.mpla.ao.

ASEA, P. K. The informal sector: baby or bath water? Carnegie. Rochester Conf. Series Public Policy, 1996. Disponivel em: www.Scielo.br. DOI: https://doi.org/10.1016/S0167-2231(96)00022-X

BRAGA, T. Silveira. O setor informal e as formas de participação na produção: os casos das regiões metropolitanas de Salvador e Recife. In: XV Encontro Nacional de Estudos populacionais. Caxambú, 2006. Disponivel em: www.abep.nepo.unicamp.br.

CAPECCHI, V. “The Informal Economy and the Development of Flexible Spacialization in Emilia-Romagna”. In: PORTES, A.; CASTELLS, M.; BENTON, L. (Eds). The Informal Economy: Studies in Advanced and Less Developed Countries. London: The John Hoppkins Univesity Press,1989. Disponivel em: www.sagepub.com/ .

CENTRO DE INFORMAÇÃO REGIONAL DAS NAÇÕES UNIDAS PARA A EUROPA OCIDENTAL. Objectivos de Desenvolvimento Sustentável. [S. l.]: UNRIC, 2016. Disponível em: www.unric.org/pt.

CHICKERING, A.; LAWRENCE, Mohamed. The Silent Revolution: the informal sector in five asian and near Eastern Countries, San Francisco, Calif.: ICS Press; Lanham, Md.: Distributed to the trade by National Book Network, 1991. Disponível em: www.search.library.wisc.edu.

CHONG, Alberto; GRADSTEIN, Mark. Inequality and Informality. Journal of Public Economics, v. 91, n. 1-2, p. 159-79, 2007. Disponivel em: www.widwe.unu.edu/stc. DOI: https://doi.org/10.1016/j.jpubeco.2006.08.001

CROCKER, David. "Qualidade de Vida e Desenvolvimento: o enfoque normativo de Sen e Nussbaum". Qualidade de Vida. Lua Nova - Revista de Cultura e Política, CEDEC, n. 31, 1995. Disponivel em: www.ivt-rj.net.

DE SOTO, H. The other path. (El otro sender. Translated by June Abbort) NY: Harper and Row, 1989. Disponivel em: www.diehippiedie.com.

FEIGE, E. L. How big is the irregular economy? Challenge, the Magazine of Economic Affairs, v. 22, n. 5, p. 5-13, 1994. Disponível em: www.scielo.br. DOI: https://doi.org/10.1080/05775132.1979.11470559

FELICIANO, José Fialho. O impacto da economia informal na redução da exclusão e da pobreza nos PALOP e suas interacções com a protecção social. Proposta de Estudo (Não-publicado). Lisboa: Centro de Estudos Africanos do Instituto Superior de Ciência do Trabalho e da Empresa, 2005. Disponivel em: www.iese.ac.mz.

FERREIRA, Frederico P. M. Qualidade de vida e seu conceito — uma análise crítica. [S.L]: Mimeo, 1995, Disponivel em: www.aems.com.br.

FICHTENBAUM, Rudy. The Productivity Slowdown and the Underground Economy, Quarterly. Journal of Business Economy, v. 28, n. 3, p. 78-90, Disponivel em: www.receita.fazenda.gov.br.

FRANCISCO, António da Silva. Recensão crítica da política Economia Política do Orçamento em Moçambique. Documento para debate, 2005. Disponível em:/ www.mopof.org.mo.

GALLOPIN, Gilberto C. El ambiente Urbano y la planificacion ambiental. In: MEDIO Ambiente Y Urbanizacion. Buenos Aires: CLACSO/CIFCA, 1982, Disponível em: www.ecoeco.org.br.

GONÇALVES, Teresinha Maria. Psicologia Ambiental. Revista em Ciências da Saúde, Criciúma-SC, n. 1, p. 17-21, 2004. Disponível em: www.bib.unesc.net.

HERCULANO, S. C. "Do Desenvolvimento (In) suportável à sociedade feliz". In: GOLDENBERG, M. (coord.). Ecologia, Ciência e Política, Rio de Janeiro: Revan, 1992, Disponível em: www.scielo.br.

INSTITUTO NACIONAL DE ESTATÍSTICA. Inquérito ao Emprego em Angola: Folha de Informação Rápida – II Trimestre de 2025. Disponível em: www.ine.gov.ao.

LOPES, Carlos. Informalidade e Desenvolvimento: Algumas Pistas para Reflexão. In: Congresso Internacional África Camina, Barcelona, p. 12-15, jan. 2004. Disponível em: http://www.booksandjournals.brillonline.com.

MARX, Karl. O capital: crítica da economia política. São Paulo: Nova cultural, 1985. Disponível em: http://www.ppgeconomia.ufpa.br. Acesso em 13 abr. 2012.

MIRUS, R.; SMITH, R. S. Canada`s underground economy: measurement and implications. In: LIPPERT, Owen; WALTER, Michael (eds.). The underground economy: global evidence of its size and impact. Vancouver: Fraser Institute, 1997, Disponível em: http://www.oldfraser.lexi.net.

NORONHA, E. G. “Informal”, ilegal e injusto: percepções do mercado de trabalho no Brasil. Revista Brasileira de Ciências Sociais, São Paulo, v. 18, n. 53, out. 2003. Disponível em: http://www.socialsciences.scielo.org. DOI: https://doi.org/10.1590/S0102-69092003000300007

OIT. Employment, income and equality: a strategy for increasing productive employment in Kenya. Genebra: OIT, 1972. Disponível em http://www.erudit.org.

OIT. Relatório sobre trabalho decente e a Economia Informal. In: Conferência Geral da OIT (90ª sessão), 2002. Disponível em: http://www.ilo.org.

OLIVEIRA, Francisco de. Critica a razão dualista. São Paulo: Brasiliense, 1981. Disponível em http://www.books.google.co.ao.

PAIX, C. Approche théorique de l`urbanisation dans les pays du Tiers Monde. Revue Tiers Monde, v. 50, p. 269-308, 1972. Disponível em: http://www.horizon.documentation.ird.fr. DOI: https://doi.org/10.3406/tiers.1972.1849

PAMPLONA, João B. Erguendo-se pelos próprios cabelos – auto emprego e reestruturação produtiva no Brasil. São Paulo: Germinal, 2001. Disponível em: http://www.pucsp.br.

PRANDI, José R. O trabalhador por conta própria sob o capital. São Paulo: Símbolo, 1977. Disponível em http://www.revistas.fee.tche.br.

RAMOS, C. A. Setor informal: do excedente estrutural a escolha individual. Marcos interpretativos e alternativas de política. Revista Econômica, Rio de Janeiro, v. 9, n. 1, 2007. Disponível em: http://www.proppi.uff.br. DOI: https://doi.org/10.22409/economica.9i1.p138

ROBERTS, B. Cities of peasants. Edward Arnold, Londres: [s. n.], 1975, Disponível em: http://www.books.google.co.ao.

SANCHES, Osmar. Determinantes da Economia Informal. [S. l.]: Econ, 2008. Disponivel em: www.econ.jku.at.

SANTOS, M. L´Espace partagé. Les deux circuits de l´économie urbaine des pays sous-développés. Génin, Paris: Ed M.Th, 1975. Disponível em http://www.saber.ula.ve.

SCHNEIDER, F.; ENSTE, D. H. Shadow economies: size, causes, and consequences. Journal of Economic Literature, v. 38, p. 77-114, 2000. Disponível em: www.econ.jku.at. DOI: https://doi.org/10.1257/jel.38.1.77

SINGER, P. Economia política do trabalho. 2 ed. São Paulo: Hucitec, 1979. Disponível em: www.nucleohumanidades.ufma.br.

SMITH, P. Assessing the size of the underground economy: the Canadian statistical perspectives. Canadian Economic, 1994. Disponível em http://www.publications.gc.ca.

SOUZA, Amaury (Org.). Qualidade de vida urbana – Introdução. Rio de Janeiro: Zahar, 1982. (Debates Urbanos n. 7). Disponível em: http://www.bibvir.uqac.ca.

THEODORO, M. As bases da política de apoio ao sector informal no Brasil. Brasília: Ipea, 2000. (Texto para Discussão, n. 762). Disponível em http://www.ipea.gov.br.

THEODORO, M. O estado e os diferentes enfoque sobre o informal. Brasília: Ipea, 2002. (Texto para Discussão, n. 919). Disponível em http://www.ipea.gov.br.

Downloads

Publicado

09/12/2025

Como Citar

ECONOMIA INFORMAL E SUA CONTRIBUIÇÃO PARA A MELHORIA DA QUALIDADE DE VIDA DOS QUITANDEIROS DOS MERCADOS ALTO DAS ROLAS E CABASSANGO EM CABINDA. (2025). RECIMA21 - Revista Científica Multidisciplinar - ISSN 2675-6218, 6(12), e6127073. https://doi.org/10.47820/recima21.v6i12.7073