ECONOMIA INFORMAL E SUA CONTRIBUIÇÃO PARA A MELHORIA DA QUALIDADE DE VIDA DOS QUITANDEIROS DOS MERCADOS ALTO DAS ROLAS E CABASSANGO EM CABINDA
DOI:
https://doi.org/10.47820/recima21.v6i12.7073Palavras-chave:
Economia informal, Qualidade de vida, Quitandeiros, Cabinda, Mercado de trabalho.Resumo
Este artigo investiga a contribuição da economia informal para a melhoria da qualidade de vida dos quitandeiros dos mercados Alto das Rolas e Cabassango, em Cabinda, Angola. O estudo parte da crescente relevância do setor informal como mecanismo de sobrevivência diante da limitada capacidade de absorção laboral por parte do setor formal. Adotou-se uma abordagem metodológica mista, combinando técnicas quantitativa e qualitativa. Foram aplicados inquéritos semi-estruturados à uma amostra de 100 quitandeiros, complementados por observação direta e análise estatística de variáveis socioeconómicas. Os resultados indicam que todos os participantes ingressaram na economia informal por necessidade, pois, 91% depende exclusivamente desta atividade para garantir o sustento familiar. Embora o setor informal desempenhe um papel crucial na geração de rendimentos mínimos, o seu impacto na melhoria da qualidade de vida revelou-se limitado. Verificaram-se rendimentos baixos e instáveis, condições habitacionais frágeis, insegurança alimentar, forte dependência de serviços públicos de saúde e ausência de descanso semanal. Identificaram-se ainda condições laborais precárias, incluindo exposição a riscos ambientais, armazenamento inadequado de produtos e reduzida proteção civil. A análise estatística confirmou uma correlação positiva entre rendimento e qualidade de vida, embora ambos permaneçam em níveis modestos. Conclui-se que a economia informal reduz a vulnerabilidade imediata, mas não assegura progresso socioeconómico sustentável. Recomenda-se o reforço das infraestruturas dos mercados, a melhoria das condições de trabalho e a implementação de políticas públicas de proteção social.
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