ADAPTAÇÃO DE MANGUE BRANCO (Avicennia marina) NOS ECOSSISTEMAS DE ÁGUA DOCE NO COMPLEXO DE MARROMEU EM MOÇAMBIQUE
DOI:
https://doi.org/10.47820/recima21.v6i11.6822Palavras-chave:
Espécies marinhas. Impactos ecológicos. Avicennia marina.Resumo
A adaptação de espécies marinhas como a Avicennia marina aos ecossistemas de água doce pode ser influenciada por vários factores ambientais, como as variações na salinidade, temperatura e nutrientes disponíveis. O estudo objectiva avaliar os factores que contribuem para a adaptação da Avicennia marina nos ecossistemas de água doce no Complexo de Marromeu. A metodologia foi baseada em uma abordagem mista, devido à necessidade de analisar tanto as variáveis físicas e biológicas relacionadas à adaptação da Avicennia marina nos ecossistemas de água doce quanto a compreensão dos impactos ecológicos dessa adaptação. A pesquisa teve duas vertentes de estudo, sendo estudo de campo onde se aplicou a técnica de observação in Situ das espécies de Avicennia marina ao longo dos taludes do Complexo de Marromeu, medição da temperatura da água no local e das variáveis biométricas, como diâmetro do caule e a cobertura vegetal. O estudo laboratorial consistiu na colecta de dados de campo com amostras de água e solos, para análise de parâmetros físicos e químicos como pH do solo e água, salinidade, turbidez e oxigénio dissolvido. Os resultados mostram que a Avicennia marina possui mecanismos fisiológicos e morfológicos que permitem sua adaptação parcial em ecossistemas de água doce. A influência das variáveis ambientais contribui na distribuição desta espécie. Concluiu-se que a Avicennia marina se adapta a ecossistemas de água doce sob determinadas condições ambientais favoráveis, especialmente em locais com baixa salinidade e presença de nutrientes adequados.
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