AVALIAÇÃO DO IMPACTO DAS VISITAS COMUNITÁRIAS DA PATRULHA MARIA DA PENHA NA ÁREA DO 23º BATALHÃO DE POLICIA MILITAR

Resumo

O presente artigo analisa a efetividade do Serviço de Visita Comunitária em Ocorrências de Violência Doméstica na área de atuação do 23º Batalhão de Polícia Militar do Paraná (23º BPM), à luz dos princípios do policiamento comunitário e da prevenção da violência de gênero. A pesquisa adota abordagem mista (quantitativa e qualitativa), integrando dados estatísticos extraídos do sistema de Business Intelligence da Polícia Militar, resultados de formulário de avaliação aplicado às vítimas e entrevistas semiestruturadas com uma especialista e um policial integrante da Patrulha Maria da Penha. Os resultados quantitativos demonstraram que, a partir de 2023, o aumento expressivo das visitas comunitárias coincidiu com uma elevação inicial dos feminicídios, alcançando seu ápice em 2024, o que, no entanto, é analisado sob o prisma da melhoria na qualificação e notificação dos registros criminais e da oscilação da violência letal. Paralelamente, verificou-se elevação nos registros de violência doméstica, interpretada sob o prisma do “paradoxo da prevenção”, segundo o qual o fortalecimento das redes de proteção amplia a visibilidade institucional e reduz a subnotificação. As respostas das vítimas revelaram altos índices de empatia, acolhimento e confiança nas equipes policiais, além de percepção de segurança e conhecimento ampliado sobre os direitos. As entrevistas confirmaram que a presença policial humanizada reforça a legitimidade institucional e contribui para romper ciclos de violência. Conclui-se que o serviço constitui boa prática de política pública baseada em evidências, capaz de integrar dados objetivos e percepções subjetivas em favor da proteção e autonomia das mulheres.