POLÍTICAS CURRICULARES PARA A EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS NA PÓS-MODERNIDADE: ENTRE EMANCIPAÇÃO E MANUTENÇÃO DA SUBALTERNIDADE
DOI:
https://doi.org/10.47820/recima21.v6i9.6785Palavras-chave:
Educação de Jovens e Adultos, Emancipação, Políticas CurricularesResumo
A Educação de Jovens e Adultos (EJA) ocupa historicamente posição marginal no sistema educacional brasileiro, configurando-se como modalidade voltada a sujeitos excluídos do ensino regular. Na pós-modernidade, marcada pela intensificação das políticas neoliberais, a EJA sofre com reformas que, embora anunciem inclusão, promovem flexibilização e aligeiramento da formação, comprometendo sua função social emancipadora. Este estudo justifica-se pela necessidade de problematizar como tais políticas afetam a democratização do conhecimento e a formação integral da classe trabalhadora. Nas últimas décadas, a expansão da educação a distância, a juvenilização da modalidade e o desmonte de direitos sociais reforçaram práticas que mantêm a subalternidade e fragilizam o direito à educação. A pesquisa busca compreender em que medida as atuais políticas curriculares contribuem para a emancipação ou, ao contrário, reproduzem exclusão. O objetivo é analisar criticamente essas políticas, destacando contradições e possibilidades, a fim de apontar caminhos que fortaleçam sua função emancipadora. O estudo apoia-se em Freire (1996), que entende a educação como prática de liberdade; Apple (2006), que denuncia o currículo como espaço ideológico; Giroux (1997), defensor da pedagogia crítica; Gramsci (2007), com a noção de hegemonia; e Saviani (2007), com a pedagogia histórico-crítica. Também mobiliza Thompson (2011), Minayo (2001) e pesquisas recentes sobre a EJA. De natureza qualitativa e bibliográfica, a pesquisa utilizou análise de conteúdo (Bardin, 2011) em quatro artigos publicados entre 2020 e 2024. Os resultados revelam avanços pontuais, mas prevalecem currículos aligeirados, evasão, juvenilização e precariedade docente.
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Referências
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