ESTADO NUTRICIONAL E HÁBITOS ALIMENTARES DE CRIANÇAS E ADOLESCENTES DA REDE PÚBLICA: ANÁLISE DE DADOS DO PROGRAMA SAÚDE NA ESCOLA EM CANOAS-RS

Autores

  • Isabella Fontanella Krey
  • Bryan Siebre Pires
  • Rodrigo Athaide da Silva
  • Nayef Ramy Nayef Fattouh Yosef
  • Marcelo Kuhn Jaques
  • Gabriel Haze Verardi Herbstrith Roos
  • Miria Elisabete Bairros de Camargo

DOI:

https://doi.org/10.47820/recima21.v6i11.6882

Palavras-chave:

Estado nutricional, Hábitos alimentares, Criança, Adolescente, Programas e Políticas de Nutrição e Alimentação

Resumo

Este estudo teve como objetivo avaliar o estado nutricional e os hábitos alimentares de crianças e adolescentes da rede pública de Canoas-RS, considerando o cenário atual da transição nutricional brasileira, caracterizado pela coexistência de desnutrição e excesso de peso. Trata-se de um estudo observacional, descritivo e transversal, com abordagem quantitativa, realizado com 133 estudantes de 10 a 17 anos, durante ação do Programa Saúde na Escola (PSE). Foram coletadas medidas antropométricas e aplicados questionários alimentares padronizados. Os resultados evidenciaram que 60,9% dos escolares apresentaram algum grau de inadequação nutricional, sendo 35,3% com baixo peso, 13,5% com sobrepeso e 12,0% com obesidade, com destaque para a maior concentração de distúrbios nas faixas etárias de 11 a 13 anos. Verificou-se elevada frequência de consumo de alimentos ultraprocessados (como salgadinhos, doces e bebidas adoçadas), em todas as idades, associada à baixa ingestão de frutas, hortaliças e feijão. Adicionalmente, comportamentos como a omissão de refeições e a realização de refeições diante de dispositivos eletrônicos foram altamente prevalentes. Esses achados revelam um padrão alimentar desequilibrado e um ambiente alimentar desfavorável à saúde, reforçando a necessidade de ações intersetoriais contínuas de educação alimentar e nutricional no ambiente escolar, bem como o fortalecimento das políticas públicas existentes.

Downloads

Os dados de download ainda não estão disponíveis.

Biografia do Autor

  • Isabella Fontanella Krey

    ULBRA  - Universidade Luterana do Brasil.

  • Bryan Siebre Pires

    ULBRA  - Universidade Luterana do Brasil.

  • Rodrigo Athaide da Silva

    ULBRA  - Universidade Luterana do Brasil.

  • Nayef Ramy Nayef Fattouh Yosef

    ULBRA  - Universidade Luterana do Brasil.

  • Marcelo Kuhn Jaques

    ULBRA  - Universidade Luterana do Brasil.

  • Gabriel Haze Verardi Herbstrith Roos

    ULBRA  - Universidade Luterana do Brasil.

  • Miria Elisabete Bairros de Camargo

    ULBRA  - Universidade Luterana do Brasil.

Referências

1. Gidding SS, Dennison BA, Birch LL, Daniels SR, Gillman MW, Lichtenstein AH, et al. Dietary recommendations for children and adolescents: a guide for practitioners. Pediatrics. 2006;117(2):544–59. DOI: https://doi.org/10.1542/peds.2005-2374

2. Silva LT, Araújo JL, Costa ESM, Souza VEP, Moreira TMM, Alves MGM. Intersetorialidade no Programa Saúde na Escola: estudo de caso. Interface (Botucatu). 2025;29:e230431. DOI: https://doi.org/10.1590/interface.230431

3. Souza EB. Transição nutricional no Brasil: análise dos principais fatores. Cad UniFOA. 2010;5(13):49–53. DOI: https://doi.org/10.47385/cadunifoa.v5.n13.1025

4. Brasil. Ministério da Saúde. SISVAN: relatório de indicadores; 2023.

5. Brasil. Ministério da Saúde. Guia alimentar para a população brasileira. 2ª ed. Brasilia: Ministério da Saúde; 2014.

6. Tavares G, Castro IRR, Levy RB, Cardoso LO. Ambiente e alimentação no contexto escolar. Ciênc Saúde Colet. 2020;25(3):1074–90.

7. Brasil. FNDE. Programa Nacional de Alimentação Escolar – PNAE.

8. Poulain JP, Proença RPC. O espaço social alimentar. Rev Nutr. 2003;16(3):245–56. DOI: https://doi.org/10.1590/S1415-52732003000300002

9. Fischler C. Commensality, society and culture. Soc Sci Inf. 2011;50(3–4):528–48. DOI: https://doi.org/10.1177/0539018411413963

10. Oliveira MM, Pontes FAR, Cotta RMM. O PSE como estratégia de articulação. Rev Paul Pediatr. 2021;39:e2019294.

11. Tritschler K. Medida e avaliação em educação física e esportes de Barrow & McGee. 5ª ed. Barueri: Manole; 2003.

12. World Health Organization. WHO child growth standards: growth reference data for 5–19 years. Geneva: WHO; 2007.

13. Brasil. Ministério da Saúde. Programa Saúde na Escola: documento orientador. Brasilia: Ministério da Saúde; 2009.

14. Popkin BM, Corvalan C, Grummer-Strawn LM. Dynamics of the double burden of malnutrition. Lancet. 2020;395(10217):65–74. DOI: https://doi.org/10.1016/S0140-6736(19)32497-3

15. World Health Organization. Obesity and overweight. Fact sheet. 2020.

16. Swinburn BA, Kraak VI, Rutter H, Vandevijvere S, Lobstein T, Sacks G, et al. Strengthening of accountability systems. Lancet. 2015;385(9986):2534–45. DOI: https://doi.org/10.1016/S0140-6736(14)61747-5

17. Jaime PC, Lock K. Do school-based food and nutrition policies improve diet and reduce obesity? Prev Med. 2009;48(1):45–53. DOI: https://doi.org/10.1016/j.ypmed.2008.10.018

18. Sadeghirad B, Duhaney T, Motaghipisheh S, Campbell NR, Johnston BC. Influence of unhealthy food and beverage marketing. Obes Rev. 2016;17(10):945–59. DOI: https://doi.org/10.1111/obr.12445

19. Fischler C. Food, self and identity. Soc Sci Inf. 1988;27(2):275–92. DOI: https://doi.org/10.1177/053901888027002005

20. Proença RPC, Cavalli SB, Gavirati E, Philippi ST. Alimentação escolar: espaço para educação em saúde. Ciênc Saúde Coletiva. 2005;10(2):554–6.

21. Medeiros GCBSd, Azevedo KPMd, Garcia D, Oliveira Segundo VH, Mata ÁNdS, Fernandes AKP, et al. Effect of school-based food and nutrition education. Int J Environ Res Public Health. 2022;19(17):10522. DOI: https://doi.org/10.3390/ijerph191710522

Downloads

Publicado

03/11/2025

Como Citar

ESTADO NUTRICIONAL E HÁBITOS ALIMENTARES DE CRIANÇAS E ADOLESCENTES DA REDE PÚBLICA: ANÁLISE DE DADOS DO PROGRAMA SAÚDE NA ESCOLA EM CANOAS-RS. (2025). RECIMA21 - Revista Científica Multidisciplinar - ISSN 2675-6218, 6(11), e6116882. https://doi.org/10.47820/recima21.v6i11.6882