O QUE SABEMOS SOBRE GENÉTICA EM EPILEPSIA: UMA REVISÃO

Autores

DOI:

https://doi.org/10.47820/recima21.v3i12.2249

Palavras-chave:

Epilepsia, Genética, Consanguinidade

Resumo

Introdução:  A epilepsia é uma doença neurológica comum e provoca morbidade em pessoas do mundo todo.  A sua patogênese depende da conjunção de fatores genéticos e ambientais, que são variáveis em indivíduos e grupos populacionais. Esse artigo pretende, de forma objetiva, apresentar as principais informações já estabelecidas sobre os fatores genéticos relacionados à doença.  Métodos: Foi realizada uma revisão narrativa sobre os principais trabalhos referentes à temática. O levantamento bibliográfico foi conduzido através de bases de dados on-line. Resultados: O risco familiar e a importância da consanguinidade na epilepsia vem sendo estudados há décadas, mas não permitiam conclusões mais fidedignas. Os estudos genéticos, embora tenham custo elevado, permitiram descobrir que existem centenas de genes relacionados à ocorrência de epilepsia, havendo casos com herança monogênica bem reconhecida e outros com manifestação variada, geralmente associada também a encefalopatias. Muitas pesquisas sugerem que a interação de múltiplos genes pode ser importante para a maioria das epilepsias comuns, mas existem casos em que os fatores ambientais são mais relevantes. Conclusões: Nosso artigo fornece um resumo daquilo que há de mais significativo e recente sobre a influência dos fatores genéticos na epilepsia, a fim de contribuir para a comunidade científica no reconhecimento de mais um espectro dessa doença, o que pode favorecer a investigação etiológica, o aconselhamento e a escolha terapêutica mais adequadas.

 

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Marcos Manoel Honorato

Médico neurologista, Doutor em Ciências (Departamento de Neurologia e Neurocirurgia) pela Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP) e Docente do Curso de Medicina Santarém - Universidade do Estado do Pará (UEPA). Universidade do Estado do Pará (UEPA)

Francisco Ribeiro Picanço Junior

Médico generalista pela Universidade do Estado do Pará (UEPA). 

Edrian Werner Carvalho

Médico generalista pela Universidade do Estado do Pará (UEPA)

Renata Maria Carvalho Cremaschi

Médica neurologista, Doutora em Ciências (Psicobiologia) pela Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP)

Fernando Morgadinho Coelho

Médico neurologista, Livre-Docente (Departamento de Neurologia e Neurocirurgia) da Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP)

Referências

Kramer MA, Cash SS. Epilepsy as a disorder of cortical network organization. The Neuroscientist 2012;18:360-372.

Kjeldsen MJ, Kyvik KO, Christensen K, Friis ML. Genetic and environmental factors in epilepsy: a population-based study of 11 900 Danish twin pairs. Epilepsy research 2001;44:167-178.

Beghi E. The epidemiology of epilepsy. Neuroepidemiology 2020;54:185-191.

Plummer C, Cook MJ, Anderson I, D'Souza WJ. Australia's seizure divide—indigenous versus non-indigenous seizure hospitalization. Epilepsy & Behavior 2014;31:363-368.

Pack AM. Epilepsy overview and revised classification of seizures and epilepsies. Continuum: Lifelong Learning in Neurology 2019;25:306-321.

Gripper LB, Welburn SC. The causal relationship between neurocysticercosis infection and the development of epilepsy-a systematic review. Infectious Diseases of Poverty 2017;6:31.

Peljto AL, Barker-Cummings C, Vasoli VM, et al. Familial risk of epilepsy: a population-based study. Brain 2014;137:795-805.

Koeleman BP. What do genetic studies tell us about the heritable basis of common epilepsy? Polygenic or complex epilepsy? Neuroscience Letters 2017.

Hauser WA, Annegers JF, Kurland LT. Incidence of epilepsy and unprovoked seizures in Rochester, Minnesota: 1935–1984. Epilepsia 1993;34:453-458.

Chentouf A, Talhi R, Dahdouh A, et al. Consanguinity and epilepsy in Oran, Algeria: A case–control study. Epilepsy Research 2015;111:10-17.

Asadi-Pooya AA. Epilepsy and consanguinity in Shiraz, Iran. European Journal of Paediatric Neurology 2005;9:383-386.

Borges MA, Barros EP, Zanetta DMT, Borges APP. Prevalência da epilepsia entre os índios bakairis do estado do Mato Grosso. Brasil. Arq Neuropsiquiatr 2002;60:80-85.

Gracia F, Lao SL, Castillo L, et al. Epidemiology of epilepsy in Guaymi Indians from Bocas del Toro province, Republic of Panama. Epilepsia 1990;31:718-723.

Gracia F, Bayard V, Triana E, et al. Prevalence of neurologic diseases in Belisario Porras municipality, district of San Miguelito, Panama, 1986. Revista medica de Panama 1988;13:40.

Siqueira HH, Dalbem JS, Alvarenga RMP, Andraus MEC, Preux PM. Prevalence of epilepsy in a Brazilian semiurban region: an epidemiological study. Revista Brasileira de Neurologia e Psiquiatria 2016;20.

Yacubian E. Definições, classificações e terminologias das epilepsias. Epilepsias, 1 ed. São Paulo: OmniFarma, 2018: 1-15.

Thakran S, Guin D, Singh P, et al. Genetic landscape of common Epilepsies: advancing towards precision in treatment. International journal of molecular sciences 2020;21:7784.

Leal B CP, Silva BM. Genética das epilepsias. Epilepsia: conceito, diagnóstico e tratamento, 1 ed. Lisboa: Lidel, 2016: 53-72.

Perucca P, Bahlo M, Berkovic SF. The genetics of epilepsy. Annual review of genomics and human genetics 2020;21:205-230.

Wang J, Lin Z-J, Liu L, et al. Epilepsy-associated genes. Seizure 2017;44:11-20.

Seinfeld SA, Pellock JM, Kjeldsen MJ, Nakken KO, Corey LA. Epilepsy after Febrile Seizures: twins suggest genetic influence. Pediatric neurology 2016;55:14-16.

Lindy AS, Stosser MB, Butler E, et al. Diagnostic outcomes for genetic testing of 70 genes in 8565 patients with epilepsy and neurodevelopmental disorders. Epilepsia 2018;59:1062-1071.

Guo MH, Bardakjian TM, Brzozowski MR, et al. Temporal trends and yield of clinical diagnostic genetic testing in adult neurology. American Journal of Medical Genetics Part A 2021;185:2922-2928.

Consortium EK. Phenotypic analysis of 303 multiplex families with common epilepsies. Brain 2017;140:2144-2156.

Myers K, Johnstone D, Dyment D. Epilepsy genetics: current knowledge, applications, and future directions. Clinical genetics 2019;95:95-111.

Scott RC. Consequences of febrile seizures in childhood. Current opinion in pediatrics 2014;26:662-667.

Chung S. Febrile seizures. Korean journal of pediatrics 2014;57:384.

Kimia AA, Bachur RG, Torres A, Harper MB. Febrile seizures: emergency medicine perspective. Current opinion in pediatrics 2015;27:292-297.

Fernandes JG. Epidemiologia das crises epilépticas em Porto Alegre: um estudo populacional. 1993.

Sampaio LP, Caboclo LOS, Kuramoto K, Reche Â, Yacubian EMT, Manreza MLG. Prevalence of epilepsy in children from a Brazilian area of high deprivation. Pediatric neurology 2010;42:111-117.

Downloads

Publicado

12/12/2022

Como Citar

Honorato, M. M., Ribeiro Picanço Junior, F. ., Werner Carvalho, E., Cremaschi, R. M. C., & Coelho, F. M. (2022). O QUE SABEMOS SOBRE GENÉTICA EM EPILEPSIA: UMA REVISÃO. RECIMA21 - Revista Científica Multidisciplinar - ISSN 2675-6218, 3(12), e3122249. https://doi.org/10.47820/recima21.v3i12.2249