OPERAÇÃO ARQUIMEDES E A DESTRUIÇÃO DA FLORESTA AMAZÔNICA COM A ANUÊNCIA DO ESTADO
DOI:
https://doi.org/10.47820/recima21.v2i10.817Palavras-chave:
Operação Arquimedes. Fraudes fundiárias. Corrupção. Floresta Amazôniza. Exploração madeireira ilegalResumo
A Operação Arquimedes, deflagrada pela Polícia Federal na Amazônia, com a finalidade de coibir a comercialização de madeira nativa brasileira oriunda de planos de manejo florestais fraudados, com o auxílio de engenheiros florestais e de fiscais ambientais corruptos do órgão gestor ambiental, permitiu demonstrar que organizações criminosas se estabelecem nos órgãos ambientais com o intuito de legalizar explorações florestais a partir de documentações e vistorias fraudulentas. A madeira assim produzida é proveniente na maior parte das vezes de áreas federais. Parte da madeira é comercializada no mercado interno e parte é exportada para dezenas de países, mantendo um esquema de lavagem de bens e de dinheiro. Interceptações telefônicas tornadas públicas pelo Ministério Público Federal mostram a realidade da exploração florestal amazônica desconhecida dos consumidores da madeira. Uma abordagem qualitativa e quantitativa demonstrou que as fraudes fundiárias e nos sistemas de controle estatais contribuem significativamente para a paulatina destruição da Floresta Amazônica, com a anuência do Estado brasileiro e a inocência dos consumidores ao imaginar que a documentação de origem garante a origem idônea da madeira.
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