OPERAÇÃO ARQUIMEDES E A DESTRUIÇÃO DA FLORESTA AMAZÓNICA COM A ANUÊNCIA DO ESTADO
DOI:
https://doi.org/10.47820/recima21.v2i10.817Palavras-chave:
Operação Arquimedes. Fraudes fundiárias. Corrupção. Floresta Amazôniza. Exploração madeireira ilegalResumo
A Operação Arquimedes, deflagrada pela Polícia Federal na Amazónia, com a finalidade de reprimir a comercialização de madeira nativa brasileira proveniente de planos de manejo florestais fraudados, com o auxílio de engenheiros florestais e de fiscais ambientais corruptos do órgão gestor ambiental, permitiu demonstrar que organizações criminosas se estabelecem nos órgãos ambientais com o intento de legalizar explorações florestais a partir de documentações e vistorias fraudulentas. A madeira assim produzida é proveniente na maior parte das vezes de áreas federais. Parte da madeira é comercializada no mercado interno e parte é exportada para dezenas de países, mantendo um esquema de clareamento de bens e de dinheiro. Intercetações telefónicas tornadas públicas pelo Ministério Público Federal mostram a realidade da exploração florestal amazónica desconhecida dos consumidores da madeira. Uma abordagem qualitativa e quantitativa demonstrou que as fraudes fundiárias e nos sistemas de controlo estatais contribuem significativamente para a paulatina destruição da Floresta Amazónica, com a anuência do Estado brasileiro e a inocência dos consumidores ao imaginar que a documentação de origem garante a origem idónea da madeira.
Downloads
Referências
ABRAMOVAY, R. (2019). Amazônia: por uma economia do conhecimento da natureza. São Paulo: Edições Terceira Via; Abong; Iser Assessoria.
AGUIAR, S. A. (2016). Valor Econômico da Floresta em Pé. IE/UNICAMP, SP. Coletânea do II Seminário Governança de Terras e Desenvolvimento Econômico.
ARMENTERAS, D. et al. (2017). Deforestation dynamics and drivers in different forest types in Latin America: Three decades of studies (1980–2010). Global Environmental Change, 46, 139-147.
ASSAD, F. J. V. F. (2016). Registro de Imóveis Eletrônico e Governança Fundiária. IE/UNICAMP, SP. Coletânea do II Seminário Governança de Terras e Desenvolvimento Econômico.
AZIZ, N. (2020). A National Strategy to Increase the Efficacy of Timber Enforcement at US Borders. Doctoral dissertation, Duke University.
BARBOSA, J. A. (2017). Problematização da Reserva Legal e/ou CAR na Averbação do Serviço de Registro de Imóveis. Campinas, SP: Grupo de Governança de Terras, IE/UNICAMP. Coletânea do III Seminário Governança de Terras e Desenvolvimento Econômico.
BARLOW, J. et al. (2016). Anthropogenic disturbance in tropical forests can double biodiversity loss from deforestation. Nature, 535(7610), 144-147.
BARROS, A. V. D. et al. (2000). Análise fitossociológica de uma floresta situada em Curuá-Una–Pará. Revista de Ciências Agrárias, Belém, n.34, p. 9-36.
BENNETT, L. (2017). Deforestation and climate change. A publication of Climate Institute, 1400.
BOLOGNA, M.; AQUINO, G. (2020). Deforestation and world population sustainability: a quantitative analysis. Scientific reports, 10(1), 1-9.
BOLTON, L. (2020). Criminal activity and deforestation in Latin America. Institute of Development Studies. Helpdesk Report.
BRANCALION, P. H. et al. (2018). Fake legal logging in the Brazilian Amazon. Science advances, 4(8), eaat1192.
CANAL RURAL (2020). Confira como está a colheita da soja em cada estado do país. Recuperado de: https://www.canalrural.com.br/projeto-soja-brasil/noticia/confira-como-esta-a-colheita-da-soja-em-cada-estado-do-pais/
CARDOSO, D.; SOUZA Jr, C. (2020). Sistema de Monitoramento da Exploração Madeireira (Simex): Estado do Pará 2017-2018. Belém, PA: Imazon.
CUNHA, G. A. C. (2020). Déficit Habitacional: o tamanho da desigualdade social no Brasil. Boletim Economia Empírica, 1(1).
DE SY, V. et al. (2015). Land use patterns and related carbon losses following deforestation in South America. Environmental Research Letters, 10(12), 124004.
FEARNSIDE, P. (2017). Deforestation of the Brazilian Amazon. In Oxford research encyclopedia of environmental science.
FELÍCIO, A. S. G. et al. (2016). As Variações do Preço da Terra em Palmeira do Piauí (PI). IE/UNICAMP, SP. Coletânea do II Seminário Governança de Terras e Desenvolvimento Econômico.
FONSECA, M. F. et al. (2016). Análise do Cadastro das Terras Atribuídas no Brasil e sua Importância para a Gestão de Conflitos no Âmbito da Governança Fundiária. IE/UNICAMP, SP. Coletânea do II Seminário Governança de Terras e Desenvolvimento Econômico.
FRANCA, R. R.; MENDONÇA, F. A. (2016). A pluviosidade na Amazônia Meridional: variabilidade e teleconexões extra-regionais. Confins. Revue franco-brésilienne de géographie/Revista franco-brasilera de geografia, n. 29.
HIRAI, E. H. (2008). Estrutura da população de Maçaranduba (Manilkara huberi Standley) em 84 ha de Floresta Natural na Fazenda Rio Capim, Paragominas, PA. Revista de Ciências Agrárias Amazonian Journal of Agricultural and Environmental Sciences, 49(1), 65-76.
INFORMATIVO CEPEA – Setor Florestal (2021). Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada – CEPEA/ESALQ/USP - nº 235 – julho.
LAGO, I. J. (2016). A Lei 13.097 de 2015 e sua Contribuição para a Governança Fundiária. IE/UNICAMP, SP. Coletânea do II Seminário Governança de Terras e Desenvolvimento Econômico.
MIYAMOTO, M. (2020). Poverty reduction saves forests sustainably: Lessons for deforestation policies. World Development, 127, 104746.
MOREIRA, T. A. (2017). Apropriação e negação de Terras Públicas. Campinas, SP: Grupo de Governança de Terras, IE/UNICAMP. Coletânea do III Seminário Governança de Terras e Desenvolvimento Econômico.
MOUTINHO, P. et al. (2016). Achieving zero deforestation in the Brazilian Amazon: What is missing? Zero deforestation in the Brazilian Amazon. Elementa: Science of the Anthropocene, 4.
OLIVEIRA, J. A.; BENATTI, J. H. (2016). Reconhecimento do Direito à Terra em Projetos Agroextrativistas: Desafios e Conquistas. IE/UNICAMP, SP. Coletânea do II Seminário Governança de Terras e Desenvolvimento Econômico.
PEREIRA, D. C. P. (2020). Produção e rendimento da exploração em florestas públicas e privadas na Amazônia Oriental. Tese de Doutoramento. UFRA/Campus Belém.
PORTAL DA TRANSPARÊNCIA DO ESTADO DO AMAZONAS (2021). Remuneração dos Servidores. Recuperado de: http://www.transparencia.am.gov.br/pessoal
REYDON, B. P. et al. (2020). Land governance as a precondition for decreasing deforestation in the Brazilian Amazon. Land Use Policy, 94, 104313.
SCHMITT, J. (2015). Crime sem castigo: a efetividade da fiscalização ambiental para o controle do desmatamento ilegal na Amazônia. Tese de Doutoramento. Centro de Desenvolvimento Sustentável. UNB/Brasília.
SECRETARIA DE ESTADO DE DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO – SEDEC/MT (2021). Produção de Grãos por Município. Recuperado de: http://www.sedec.mt.gov.br/-/14352337-producao-de-graos-por-municipio
SECRETARIA DE ESTADO DE MEIO AMBIENTE – SEMAS/PA (2021). SEMAS abre processo seletivo simplificado. Recuperado de: https://www.semas.pa.gov.br/2021/06/14/semas-abre-processo-seletivo-simplificado-62-vagas/
SEYMOUR, F.; HARRIS, N. L. (2019). Reducing tropical deforestation. Science, 365(6455), 756-757.
STAAL, A. et al. (2020). Feedback between drought and deforestation in the Amazon. Environmental Research Letters, 15(4), 044024.
STRAGLIOTTO, M. C. et al. (2020). Indústrias Madeireiras e Rendimento em Madeira Serrada na Amazônia Brasileira. In Engenharia Florestal: Desafios, Limites e Potencialidade, 499–518. Editora Científica Digital. http://dx.doi.org/10.37885/200801030.
SWANN, A. L. et al. (2015). Future deforestation in the Amazon and consequences for South American climate. Agricultural and Forest Meteorology, 214, 12-24.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Secção
Categorias
Licença
Direitos de Autor (c) 2021 RECIMA21 - Revista Científica Multidisciplinar - ISSN 2675-6218
Este trabalho encontra-se publicado com a Licença Internacional Creative Commons Atribuição 4.0.
Os direitos autorais dos artigos/resenhas/TCCs publicados pertecem à revista RECIMA21, e seguem o padrão Creative Commons (CC BY 4.0), permitindo a cópia ou reprodução, desde que cite a fonte e respeite os direitos dos autores e contenham menção aos mesmos nos créditos. Toda e qualquer obra publicada na revista, seu conteúdo é de responsabilidade dos autores, cabendo a RECIMA21 apenas ser o veículo de divulgação, seguindo os padrões nacionais e internacionais de publicação.