ELEMENTOS QUE INFLUENCIAM NA OPÇÃO PELA VIA DE PARTO

Autores

DOI:

https://doi.org/10.47820/recima21.v5i2.4881

Palavras-chave:

Parto. Cesárea. Autonomia.

Resumo

Introdução: O momento do parto figura-se como essencial para o binômio materno-fetal, e o processo de escolha da via de parto é regido por inúmeros fatores externos, componentes biopsicossociais e do imaginário materno. Discussão: Com base nos estudos, foram identificados diferentes elementos que influenciam nesta decisão, e à despeito de ser um direito da gestante optar pela via de parto, conforme os riscos e benefícios informados pelo médico, constatou-se que o princípio da autonomia muitas vezes não é respeitado, tornando as mulheres coibidas, apesar de sua vontade inicial. Neste cenário, o Brasil vive uma verdadeira epidemia de partos cirúrgicos, em especial na rede suplementar de saúde, a então denominada cultura da cesárea. Considerações: O intenso intervencionismo desnecessário e o não raro desrespeito à autonomia da gestante no processo de decisão, culminaram no surgimento de movimentos em apoio ao parto humanizado e crítica à interferência médica, revelando a necessidade de um novo olhar de mudança sob a assistência obstétrica atual para um modelo centrado na gestante.

 

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografias Autor

Camila Lisboa Klein

Centro Universitário de Brasília  - Uniceub.

Camila Moreira Silva

Centro Universitário de Brasília  - Uniceub.

Nicole de Almeida Castro Kammoun

Centro Universitário de Brasília  - Uniceub.

Felipe Lopes de Freitas

Centro Universitário de Brasília  - Uniceub.

Phaedra Castro

Centro Universitário de Brasília  - Uniceub.

Referências

- Faúndes A, Cecatti JG. A operação cesárea no Brasil: incidência, tendências, causas, consequências e propostas de ação. Cadernos de Saúde Pública. 1991;7(2):150–173. DOI: https://doi.org/10.1590/S0102-311X1991000200003

- Nakano AR, Bonan C, Teixeira LA. A normalização da cesárea como modo de nascer: cultura material do parto em maternidades privadas no Sudeste do Brasil. Revista de Saúde Coletiva. 2015;25(3):885–904. DOI: https://doi.org/10.1590/S0103-73312015000300011

- Pimentel TA, Oliveira-Filho EC. Fatores que influenciam na escolha da via de parto cirúrgica: uma revisão bibliográfica. Universitas: Ciências da Saúde. 2016;14(2). DOI: https://doi.org/10.5102/ucs.v14i2.4186

- Rocha NFF da, Ferreira J. A escolha da via de parto e a autonomia das mulheres no Brasil: uma revisão integrativa. Saúde em Debate. 2020;44(125):556–568. DOI: https://doi.org/10.1590/0103-1104202012521

- Organização Mundial da Saúde (OMS). Declaração da OMS sobre taxas de cesáreas. Departamento de saúde reprodutiva e pesquisa da Organização Mundial da Saúde. Genebra: OMS; 2015. [Acesso em: 05 maio 2021]; Disponível em:

https://apps.who.int/iris/bitstream/handle/10665/161442/WHO_RHR_15.02_por.pdf?sequence=3.

- Negrão AC. Iniciativas para diminuir o número de cesáreas excessivas no Brasil: Projeto Parto Adequado. 2017.

- Sandro A, Souza R, Ramos Amorim M, et al. Condições frequentemente associadas com cesariana, sem respaldo científico. Femina. 2010;38.

- Jordão CD, Carvalho DB de, Amâncio LC, et al. ESCOLHA DA VIA DE PARTO: FATORES QUE INFLUENCIAM NA DECISÃO FINAL DA GESTANTE. CIPEEX, 2018;2:1138–1148.

- Santana FLJ, Passoni R, et al. Fatores que influenciam a gestante na escolha do tipo de parto. Rev. Fac. Ciênc. Méd. Sorocaba. 2015;3:123–127.

- Dias MAB, Domingues RMSM, Pereira APE, et al. Trajetória das mulheres na definição pelo parto cesáreo: estudo de caso em duas unidades do sistema de saúde suplementar do estado do Rio de Janeiro. Ciência & Saúde Coletiva. 2008;13(5):1521–1534. DOI: https://doi.org/10.1590/S1413-81232008000500017

- Leão MR de C, et al. Reflexões sobre o excesso de cesarianas no Brasil e a autonomia das mulheres. Ciênc. Saúde coletiva, Rio de Janeiro. 2013;18(8):2395-2400. DOI: https://doi.org/10.1590/S1413-81232013000800024

- Kottwitz F, Gouveia HG, Gonçalves A de C. Route of birth delivery preferred by mothers and their motivations. Escola Anna Nery. 2017;22(1). DOI: https://doi.org/10.1590/2177-9465-ean-2017-0013

- Pato H, Renata C. Indicações de cesárea. Protocolo Assistencial do Hospital de Clínicas de Uberlândia. 2019.

- Domingues RMSM, Dias MAB, Nakamura Pereira M, et al. Processo de decisão pelo tipo de parto no Brasil: da preferência inicial das mulheres à via de parto final. Cadernos de Saúde Pública, 2014;30:S101–S116. DOI: https://doi.org/10.1590/0102-311X00105113

- Mascarello KC, Horta BL, Silveira MF. Maternal complications and cesarean section without indication: systematic review and metaanalysis. Revista de Saúde Pública. 2017;51:105. DOI: https://doi.org/10.11606/S1518-8787.2017051000389

- Sharma S, Dhakal I. Cesarean Vs Vaginal Delivery: An Institutional Experience. Journal of Nepal Medical Association. 2018;56(209):535–539. DOI: https://doi.org/10.31729/jnma.3467

- Yuan C, Gaskins AJ, Blaine AI, et al. Association Between Cesarean Birth and Risk of Obesity in Offspring in Childhood, Adolescence, and Early Adulthood. JAMA Pediatrics. 2016;e162385. DOI: https://doi.org/10.1001/jamapediatrics.2016.2385

- Brasil. Ministério da Saúde. Agência Nacional de Saúde Suplementar. Partos vaginais

crescem 76% com projeto Parto Adequado. [Acesso em: 05 maio 2021]; Disponível em: http://www.ans.gov.br/aans/noticiasans/qualidade-da-saude/3615-partos-vaginaiscrescem-76-com-projeto-parto-adequado.

- Weidle WG, Medeiros CRG, Grave MTQ, et al. Escolha da via de parto pela mulher: autonomia ou indução? Cadernos Saúde Coletiva. 2014;22(1)46–53. DOI: https://doi.org/10.1590/1414-462X201400010008

- Alonso BD, Silva FMB da, Latorre M do RD de O, et al. Caesarean birth rates in public and privately funded hospitals: a cross-sectional study. Revista de Saúde Pública. 2017;51:101. DOI: https://doi.org/10.11606/S1518-8787.2017051007054

– Macdorman M, Menacker F, Declerc E. Cesarean Birth in the United States: Epidemiology, Trends, and Outcomes. Clinics in Perinatology, June 2008;35(2)293-307. DOI: https://doi.org/10.1016/j.clp.2008.03.007

– Hamilton B, Martin J, Osterman M. Births: Provisional Data for 2022. Vital Statistics Rapid Release: Report n. 28, June 2023. DOI: https://doi.org/10.15620/cdc:127052

– World Health Organization (WHO). Caesarean section rates continue to rise, amid growing inequalities in access. Disponível em: https://www.who.int/news/item/16-06-2021-caesarean-section-rates-continue-to-rise-amid-growing-inequalities-in-access.

– Velebil P, Tica V, Durox M, Nijhuis JAS, Zeitlin J, Gissler M. Are differences in caesarean section rates between countries in Europe decreasing or increasing? Eur J Public Health; 2023. DOI: https://doi.org/10.1093/eurpub/ckad160.062

– Amyx M, Philibert M, et al. Trends in caesarean section rates in Europe from 2015 to 2019 using Robson's Ten Group Classification System: A Euro-Peristat study. BJOG: An International Journal of Obstetrics & Gynaecology. 2024;444-454. DOI: https://doi.org/10.1111/1471-0528.17670

– Nagy S, Papp Zoltán. Global approach of the cesarean section rates. Journal of Perinatal Medicine. 2020;49(1). DOI: https://doi.org/10.1515/jpm-2020-0463

– Chaillet N, Dumont A. Evidence-Based Strategies for Reducing Cesarean Section Rates: A Meta-Analysis. Birth Issues in Perinatal Care. 2007;34:53-64. DOI: https://doi.org/10.1111/j.1523-536X.2006.00146.x

– Almeida MR, et al. Percepção e perspectivas de gestantes sobre o processo do parto a partir de oficinas educativas. REME: Rev. Min. Enferm, 2011;79-85.

– Pereira SB, et al. Boas práticas de atenção ao parto e ao Nascimento na perspectiva de profissionais de saúde. Rev. Bras. Enferm. 2018;27.

– Pereira A, Bento A. Autonomia no parto normal na perspectiva das mulheres atendidas na casa de parto. Rev. Rene, Fortaleza. 2011;471-477. DOI: https://doi.org/10.15253/2175-6783.2011000300004

Publicado

17/02/2024

Como Citar

Lisboa Klein, C., Moreira Silva, C., de Almeida Castro Kammoun, N., Lopes de Freitas, F., & Castro , P. (2024). ELEMENTOS QUE INFLUENCIAM NA OPÇÃO PELA VIA DE PARTO. RECIMA21 -Revista Científica Multidisciplinar - ISSN 2675-6218, 5(2), e524881. https://doi.org/10.47820/recima21.v5i2.4881