O IMPACTO DOS ATESTADOS MÉDICOS NO SERVIÇO HOSPITALAR DA POLÍCIA MILITAR DO PARANÁ: ANÁLISE COMPARATIVA ENTRE MILITARES ESTADUAIS E PROFISSIONAIS DE SAÚDE CONCURSADOS PELA SESP/PR
DOI:
https://doi.org/10.47820/recima21.v6i7.6599Palavras-chave:
Adsenteísmo, Atestado médico, Saúde públicaResumo
Este estudo analisa o impacto dos afastamentos por motivo de saúde no Hospital da Polícia Militar do Paraná (HPM), por meio de uma comparação entre dois grupos profissionais: militares estaduais e servidores civis do Quadro Próprio do Poder Executivo (QPPE), vinculados à Secretaria de Estado da Segurança Pública do Paraná (SESP/PR). A pesquisa adota uma abordagem quali-quantitativa, com análise descritivo-comparativa de dados administrativos referentes ao ano de 2024, contemplando número de atestados, dias de afastamento e frequência mensal de licenças médicas. O HPM conta com 199 profissionais de saúde, sendo 96 militares e 103 servidores civis. Os resultados apontam que, embora os militares representem 48% do efetivo, concentraram 54,47% dos afastamentos e mais de 86% do total de dias afastados no período analisado. A média de dias de afastamento por servidor militar foi significativamente superior à observada entre os servidores civis. Tal discrepância pode ser atribuída a fatores como regime funcional, modelo de remuneração e condições de trabalho. A menor incidência de afastamentos entre os civis, por sua vez, pode estar relacionada à perda de gratificações em caso de licença, o que desestimula a apresentação de atestados. Conclui-se que políticas de valorização profissional, saúde ocupacional e gestão estratégica de pessoas são essenciais para mitigar os impactos do absenteísmo e garantir a eficiência dos serviços prestados. Recomenda-se a ampliação de estudos longitudinais e a análise em outras unidades hospitalares para o aprofundamento das conclusões.
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