SOBRE A ESTRUTURA FLORAL E COLÉTERES E SUA INFLUÊNCIA NA SISTEMÁTICA E EVOLUÇÃO EM ALGUMAS ESPÉCIES DE RUBIACEAE
DOI:
https://doi.org/10.47820/recima21.v4i1.2612Palavras-chave:
Ovário ínfero apendicularResumo
A literatura revela que as tribos Psychotrieae e Spermacoceae (Rubiaceae) têm problemas de delimitação de gêneros e espécies e sugere a necessidade de novos estudos, particularmente de natureza morfológica. Neste contexto, a presente investigação objetiva o estudo da estrutura floral e a morfologia de coléteres de nove espécies de ambas as tribos. A análise foi executada em botões florais e flores de material botânico obtido de plantas coletadas em diferentes vegetações e de exsicatas de vários herbários. O material botânico foi emblocado em historresina e secionado em micrótomo de rotação. As sépalas exibem mesofilo homogêneo ou dorsiventral. As pétalas, em geral, têm mesofilo homogêneo. Os coléteres pertencem ao tipo standard evidenciando diferenças especialmente na morfologia do pedúnculo. Todas as espécies têm compitum e podem ser consideradas eussincárpicas. O ovário é inferior e exibe placentação basal em Psychotrieae e axial em Spermacoceae. Caracteres como ausência de feixes vasculares invertidos na parede do ovário e vascularização ascendente dos óvulos indicam a natureza apendicular do ovário. Alguns caracteres relacionados ao perianto, coléteres e vascularização da parede e septo do ovário podem ser úteis na separação das espécies. O tipo de placentação é caractere seguro para separar Psychotrieae de Spermacoceae.
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