AS CATEGORIAS DE SUJEITO E PARTICULARIDADE: CONTRIBUIÇÕES PARA O CONSTRUTO TEÓRICO DA PESQUISA SOBRE A RELAÇÃO ENTRE PÚBLICO E PRIVADO NA EDUCAÇÃO
DOI:
https://doi.org/10.47820/recima21.v4i7.3585Palavras-chave:
Relações público-privado em educação, Sujeito, ParticularidadeResumo
Na pesquisa sobre a relação entre público e privado nas políticas educacionais a teoria tem um papel fundamental, podendo servir de veículo para novas epistemologias e formas de experiência. A teorização deve repousar sobre a incerteza e aceitar a contradição, evitando uma postura positivista. Para pensar a relação entre público e privado em um contexto particular da história do capitalismo, em que os países vivenciaram ao mesmo tempo processos de democratização e de privatização do público, é mister aprofundar a análise sobre quem são os sujeitos envolvidos nas políticas e qual o conteúdo de suas propostas. As categorias de sujeito conforme Thompson e de particularidade conforme Lukács podem contribuir assim para a pesquisa sobre a relação público-privado a partir da perspectiva do materialismo histórico-dialético. Thompson desenvolve a categoria de sujeito fazendo a crítica a Althusser, propondo a ideia de um sujeito que é agente da própria história através do exercício da luta de classes. O pesquisador da relação público-privado deve interrogar os documentos históricos na busca de evidências empíricas da materialização dos sujeitos nas políticas. Lukács aborda o problema da relação entre particularidade, singularidade e universalidade como uma questão chave do pensamento humano, analisando-o em sucessivos autores, tendo Marx como ponto de chegada. Este, atribuindo ao proletariado um papel revolucionário, propõe que apenas em nome dos direitos universais da sociedade uma classe particular pode reivindicar o domínio universal. O movimento do singular ao universal e vice-versa é sempre mediado pelo particular.
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